DINÂMICAS DA CIDADE: O MERCADO MUNICIPAL DE POUSO ALEGRE/MG (1970-2004)
FERNANDO HENRIQUE DO VALE
Universidade
do Vale do Sapucaí/ Pouso Alegre/MG
ANA EUGÊNIA NUNES DE ANDRADE
Universidade
do Vale do Sapucaí/ Pouso Alegre/MG; Pontifícia Universidade Católica/SP
Resumo. No
artigo indagamos o crescimento da cidade com a vinda de indústrias e novas
tecnologias. Há um aumento populacional significativo, transformando assim as
dinâmicas dos sujeitos sociais. Os discursos dos políticos enfatizam os
aspectos econômicos. O Mercado passa por outra reforma, chamando a atenção de
turistas e dos moradores da região. Com isso, as práticas culturais acabam
sendo sufocadas em virtude de outros investimentos e interesses políticos,
sendo que algumas ainda mantêm-se vivas em resistência às novas tendências do
comércio.
Palavras-Chave: Industrialização. Mercado. Políticas Públicas.
A década de 70
fora marcada por mudanças no Brasil. Ao mesmo tempo em que a Ditadura Militar
se tornava mais severa, através de repressões ditadas pelos Atos
Institucionais. Os movimentos sociais lutaram pelo fim do regime, que começa a
perder força nos anos 80. Industrialização e modernização são os artífices que
os militares irão utilizar para tentar minimizar os atos de seus poderes
discricionários e repressivos.
No campo da
industrialização, durante o período do suposto “Milagre Econômico”, foram investidas
nas cidades verbas para a criação e construção de pólos industriais. As pessoas
começaram a sair do campo e as cidades “incharam, crescendo desordenadamente
para o alto e para os lados”
(HABERT, 2001, p 72). Porém, o denominado milagre não
favoreceu a todos, sendo que a maior concentração de riqueza permaneceu nas
mãos de poucos, e antes mesmo do final dos anos 70, é apresentado seu
resultado:
A conta do
“milagre” seria apresentada antes do final dos anos 70. O crescimento acelerado
e dependente de poupança estrangeira fez a dívida externa triplicar naquele
momento. No início os juros eram baixos. Os contratos, no entanto, previam
taxas flutuantes. Quando elas subiram, a dívida externa disparou e, nos anos
80, tornou-se o principal problema da economia brasileira (PILAGALLO, 2004, p.77).
Neste contexto,
a cidade de Pouso Alegre aos poucos vai crescendo economicamente. Ao mesmo
tempo em que a cidade sofre um esvaziamento populacional, são instaladas as
primeiras grandes empresas. De acordo com o censo desta época, a população era
estimada em 38.072 habitantes. Assim como as demais cidades, “Pouso Alegre
sofreu considerável esvaziamento populacional em virtude das correntes
migratórias que demandavam São Paulo e Rio de Janeiro” (ARAÚJO, 2012, p. 28),
tendo em vista que nas décadas anteriores havia taxa de crescimento
populacional razoável, o que contribuiu para o sistema de urbanização. O
processo de industrialização é “há um século e meio, o motor das transformações
da sociedade” (LEFEBVRE, 2001, p. 11).
Ao vivenciar o
contexto da industrialização, com a instalação de empresas, algumas
multinacionais, e a criação de um Distrito Industrial para abrigá-las, notamos
a vinda de pessoas de outras regiões, gerando um aumento populacional e, o
espaço urbano, começa a assumir novos aspectos tanto paisagísticos, quanto até
mesmo nas organizações políticas.
Nesta mesma
época, são instaladas as primeiras grandes indústrias em Pouso Alegre, na
administração do Dr. Breno José de Carvalho Coutinho[1]
(ARENA). Começa-se a pensar na implantação de um “Distrito Industrial”,
conseguindo a “inclusão como Pólo de Desenvolvimento junto a Companhia de
Distritos Industriais” [2].
O governo estadual libera “financiamentos em longo prazo, para a aquisição de
áreas” [3].
Já se faziam presentes a seguintes empresas: Refinações de Milho Brasil: indústria
voltada para a produção dos derivados de milho (maisena, óleo, Maionese, etc; Campo Belo S/A: Produtores de doces de
uma variedade de frutas, para consumo interno e exportação; Arcaro S/A: Produção de rodas.
Entre as citadas, no discurso proferido
pelo prefeito, encontramos outras indústrias que se instalariam com o apoio das
propostas oferecidas pelo governo e pela cidade, como leis de incentivos
fiscais, visitas feitas às indústrias e áreas cedidas aos empresários.
A cidade se movimenta e aos poucos suas
dinâmicas vão se transformando. Já no final da década de 70, iniciam-se as
obras de desvio do leito do Rio Mandu, para a implantação da futura Avenida
Perimetral sendo concluída nos anos 80. Esta obra tida pelos políticos como
monumental, por muitos foi criticada.
Em “O Jornal da Cidade” nos deparamos
com a seguinte notícia: “E, o velho Mandu está aterrado”. A princípio
subentende-se que o veículo impresso criticaria a administração pela obra que
estava sendo executada. No decorrer da matéria, focaliza-se o “aterro do velho
Rio Mandu que foi desviado para que uma nova e magnífica avenida”[4]
surgisse para aliviar a movimentação da região central da cidade. O que nos chama
atenção no decorrer da notícia é que o jornal afirma sobre uma suposta
valorização que o bairro São Geraldo estaria por receber com estas reformas. O
que na realidade estaria muito longe de acontecer, por ser sempre propagada
pela imprensa como uma região periférica e carente da cidade, por possuir
vários problemas, entre eles a enchente. A obra do desvio do rio para a
construção da Avenida Perimetral “acompanhando o progresso do populoso Bairro
do Aterrado, junto à grande Avenida Vereador Antônio da Costa Rios (...)
compreende o novo plano revolucionário” [5].
Este era o discurso do prefeito João Batista Rosa [6]
(PFL), no intuito de favorecer o centro da cidade e de se promover na carreira
política.
Com o abalo do Milagre Econômico a as
eleições indiretas de João Batista de Figueiredo, o último militar no poder, a
Ditadura vai decaindo e o Brasil retorna à democracia. Protestos como a Diretas
Já tentam eleger representantes do povo de forma direta e não como estava
ocorrendo no governo militar. Percebemos também na década de 80 que as atenções
dos políticos estariam se voltando para a industrialização e o desenvolvimento
de Pouso Alegre, no sentido também de construir sua carreira e deixar marcas de
suas administrações na cidade.
A década de 80, em Pouso Alegre, se
marca pela utilização da imagem de uma cidade próspera em obras, realizações e
a vinda de novas indústrias multinacionais como no caso da Brasinca Ind. S/A,
Sobral Invicta S/A e Latasa (Reynolds Metaes Company). Já no final desta
década, a “população da cidade é calculada em 83.000 habitantes com uma
população flutuante de 30.000 pessoas”. (ARAÚJO, 2012, p. 28).
Com a chegada dos anos 90, o Brasil
passa a viver o governo de seu primeiro presidente eleito de forma direta
depois dos anos ditatoriais. Contudo, Fernando Collor de Melo, após dois anos
no poder, sofre impeachment através de denúncias de irregularidades em seu
governo. Assume o cargo, então, Itamar Franco, e em seu governo, em 1994, é
colocado em prática o Plano Real desenvolvido pelo Ministro da Fazenda Fernando
Henrique Cardoso. Devido ao sucesso deste plano, Cardoso é eleito presidente e
permanece por dois mandatos, sendo reeleito em 1998 no primeiro turno. Durante
este período, percebemos que governo se voltará para os aspectos econômicos,
através de privatizações e a “garantia da estabilidade com juros elevados (...)
mantida pelo seu sucessor, o presidente Lula”. (PILAGALLO, 2006, p. 88).
Diante de um aumento de fluxo
populacional, visando também à necessidade da entrada e saída de pessoas da
cidade, no início da década de 90, é inaugurado o novo Terminal Rodoviário e
são iniciadas as obras de duplicação da Rodovia Fernão Dias, obras que atrairão
mais pessoas para a cidade.
Ao iniciar o seu mandado, no ano de
1989, em uma coletiva feita pela imprensa, publicada pelo jornal O Município,
pertencente ao executivo, o então prefeito Jair Siqueira[7]
(PFL), ressalta a importância de estar em contato com a população. Contudo nos
chama atenção quando se refere que “a sua maior obra é mudar a mentalidade, as
ideias, para que se possam promover mudanças” [8].
Mediante a mudança de mentalidade, Jair ilude a população com seus grandes
projetos de transformação e melhorias para a cidade. Porém, suas intenções
seriam demarcar espaços e construir sua carreira política.
Através do balanço de seu primeiro ano
de governo, o prefeito Jair Siqueira, no Jornal Tribuna Sul Mineira, aborda
vários assuntos relativos ao município, destacando a questão do Plano Diretor
da cidade e o Mercado Municipal.
Sendo aprovado em 1988, o prefeito
buscou aplicá-lo já no início de sua administração. Contudo, o artigo que se
refere ao “uso e ocupação do solo, segundo Siqueira, tornou-se inviável ao
desenvolvimento do plano, que é um conjunto de leis que estabelece regras para
o crescimento da cidade” [9].
Ao ler a coluna do jornal Tribuna Sul Mineira, percebemos que algumas
prerrogativas do Plano não estavam em sintonia com o pensamento do atual
prefeito, um olhar empreendedorista da cidade.
Com esta visão, o prefeito Jair Siqueira
aponta as “Novas Idéias para o Mercado”. Em uma tentativa de mudar o local do
Mercado, ele já dava seus primeiros passos para uma remodelação do centro da
cidade. Neste sentido, ele utiliza de argumentos que iriam favorecer
principalmente os comerciantes mais pobres, tendo em vista que suas intenções
eram outras. O projeto, segundo Jair, “tinha-se a idéia de construir outro
mercado com a participação dos atuais ocupantes dos boxes do atual” [10].
Com este projeto, os comerciantes não
seriam mais permissionários e sim passariam a ser proprietários e a Prefeitura
entraria com o terreno, recebendo “um percentual das lojas existentes e com
essa verba os comerciantes mais pobres também teriam condições de adquirir um
espaço no Mercado, através da ajuda de outros lojistas” [11].
Ao encerrar a matéria, o prefeito apresenta uma nova proposta em que consiste
obter “uma licença do Governo Federal daquele armazém onde antigamente estava a
Âncora Verlon e dali criar o novo Mercado” [12].
A proposta de mudança do local do
Mercado ficou apenas no papel, o prefeito irá retomar a discussão no próximo
mandato. Os permissionários se colocam contrários a derrubada do prédio e mais
uma vez embora permeado pelos conflitos e disputas sociais, a edificação
permanece instalada na área central da cidade desde o século XIX.
O segundo mandato (1993-1997) de João
Batista Rosa (PFL) é marcado pelas grandes obras, frutos de um pensamento
desenvolvimentista desta época. As vindas de novas indústrias e as execuções
das obras da duplicação da Rodovia Fernão Dias deram continuidade ao processo
de crescimento populacional, aglomerando-se na denominada região Sul da cidade.
Em seu mandato também é construído e inaugurado o Estádio Municipal “Manduzão”
o que seria considerado por muitos um elefante branco construído com o dinheiro
público. Com seu olhar voltado para realizações que considerava de maior
importância, o prefeito João Rosa procurava deixar um rastro de
desenvolvimento, e assim como outros políticos que passaram pelo executivo em
Pouso Alegre, procurou aproveitar dos momentos da política local para aos
poucos traçando sua imagem para o cenário estadual e federal.
Aproximando-se o ano eleitoral, os
adversários começam a levantar criticas ao governo em exercício. Uma delas
torna-se percebida através do discurso higienista, que volta a ser discutido
nessa época através da matéria “Transporte de carne ainda causa transtorno”. O
alvo seria os “mangarefes” [13],
que ao realizarem seus serviços de transporte de carnes, não conseguem muitas
vezes desviar dos consumidores.
Outro problema detectado pelo jornal Sul
das Geraes é que “a carne levada nas costas chega aos supermercados, açougues e
mercado exposta a todo tipo de poeira, vento e sol” [14],
prática considerada pelas pessoas como falta de asseio e higiene. Para muitos
“a carne deveria ser transportada, embalada e não exposta como acontece nos
dias de hoje” [15].
A mentalidade higienista impera no discurso da imprensa, o periódico aliado ao
empresário e político Jair Siqueira ataca o adversário João Batista Rosa,
criticando a gestão do atual prefeito frente
a falta de higiene com o transporte de carne na cidade, enfatizando na
matéria o Mercado Municipal.
O jornal como porta-voz da sociedade
sugere que “no Mercado Municipal a entrada para o carregamento de carne seja
feito ao lado dos açougues, local este ocupado hoje por uma pastelaria que
poderia ser transferida para outro ponto”[16] para facilitar o transporte das carnes
e como também se evidencia na crítica sendo “possível evitar que a maioria dos
fregueses do mercado acabe saindo constantemente com as roupas sujas de carne”[17] e para estabelecer também uma ordem no
espaço urbano, tanto no quesito de movimento, quanto aos aspectos estéticos. Na
visão dos açougues e outros estabelecimentos que comercializam a carne:
ela
poderia vir embalada adequadamente em sacos plásticos, evitando ficar exposto
ao tempo. Para ser contaminada por bactérias e vírus existentes no ar e na
carne precisa apenas de exposição, por menor que seja [18].
Segundo a
notícia veiculada no jornal Sul das Geraes, notamos que a maior preocupação das
pessoas é com os riscos de contaminação. A imprensa chama a atenção das
autoridades políticas para a questão da movimentação dos trabalhadores naquele
espaço, no sentido de incomodar a população que por ali circula. No jornal
estão expressas as forças enunciativas da instituição jornalística, que se
apresenta como a voz da sociedade civil e ao mesmo tempo forças ideológicas de
políticas adversárias, influenciando por diversas vezes no pensamento do ser
humano. Torna-se claro que através desta matéria, o adversário político do
prefeito Rosinha, frente a uma realidade vivida, apontaria os pontos fracos
desta administração, prestes a se encerrar.
Em sua segunda
gestão (1997-2000), o Prefeito Jair Siqueira (PPB) novamente ressalta seus
planos de remodelar o centro de Pouso Alegre. No início do mandato, o jornal o
Bandeirante publica o artigo “O Mercado está com os dias contados”. De acordo
com o projeto do novo prédio as instalações deveriam ser transferidas para a
“Avenida Perimetral, próximo a rotatória que dá acesso para o bairro São
Geraldo (...) tendo mais movimento dos consumidores devido a sua localização” [19].
O poder público
tenta convencer a população através de materias publicadas na imprensa que, com
a construção de um novo prédio, as condições seriam mais funcionais e práticas
para os trabalhadores e consumidores. O jornal levanta a questão patrimonial,
quando enfatiza que Pouso Alegre tem poucos prédios ou lugares que marcam a sua
história. O secretário de Infra-estrutura, Antonio Célio Rios, justifica que “o Mercado já foi alterado, que o prédio
não é o mesmo, tendo perdido muito de suas características”[20]. O espaço se
torna um ponto marcante para a cidade. Ao se pensar na preservação desses
espaços, devemos
Trazer a relação
entre a cidade e a cultura como trabalho de muitos na constituição dos espaços
e territórios urbanos, compreendendo que são as relações sociais desenvolvida
na cidade que em última análise acabam por definir e delinear a paisagem
urbana, a imagem da cidade. Ao mesmo tempo em que buscar essas imagens como
impregnadas das memórias e de significações que se constroem, mas que também se
modificam pelas experiências e vivências sociais posteriores, exprimindo
diferentes temporalidades. Assim captar nessas relações instituídas, o
entendimento de modos de viver, de morar, de lutar, de se divertir dos
diferentes moradores, que com suas ações estão impregnando e constituindo a sua
cultura urbana. (FENELON, 1999, p. 6).
Ao observar este
cuidado que as pessoas têm com o espaço, percebemos a forte relação que elas
mantêm com a cidade, seus laços de pertencimento. Isso nos permite refletir sobre a relação da
cidade, seus espaços com seus moradores ou frequentadores tomando aquele espaço
através de suas “(...) significações
e nos atos de lembrar/viver (...) revelam a cidade nos sentimentos de
pertencimento articulados aos territórios de suas vivências e experiências
sociais”. (CALVO, 2006, p. 65).
Na visão dos
políticos, a ideia da mudança daquele espaço consistia em “tirar o grande fluxo
de veículos do centro, principalmente da área do Mercado Municipal e Catedral” [21].
Como veremos as intenções eram outras. Ao continuar lendo a matéria, nos chama
a atenção o fato de o prefeito Jair Siqueira estar pensando em reformular a
Praça Senador José Bento, “através de
um projeto que a tornaria um calçadão, do tipo Boulevard” [22].
Estas obras
fariam parte de um grande plano que o prefeito estaria colocando em pauta para
que seu nome se projetasse cada vez mais politicamente e que pudesse se
perpetuar na cidade. Apenas a desapropriação de imóveis na Praça Senador Amaral
para o alargamento da avenida fora realizada, mesmo contrariando as pessoas que
residiam ou mantinham seus pontos comerciais naquele espaço, fazendo com que a
Doutor Lisboa ficasse maior e melhor para o trânsito. Ao terminar a matéria, o
jornal Bandeirante passa a afirmar que “com as novas obras, a Prefeitura
pretende ter um anel viário em Pouso Alegre, ligando as vias de maior
movimento, de todas as direções da cidade. É a cidade do ano dois mil” [23].
Aproveitando da
situação, o então prefeito procura associar sua imagem com o novo milênio,
procurando ressaltar em seu discurso um ciclo de desenvolvimento que levaria a
cidade a abraçar o futuro. Com a leitura desta noticia, percebemos que a
cidade, na visão de Jair Siqueira, neste momento, se resumiria apenas ao
centro, pois as grandes obras do ano dois mil estariam sendo realizadas naquela
região, favorecendo assim o espaço econômico e político, onde se concentram o
comércio, os bancos, os poderes que regem a cidade e as famílias
tradicionais.
Contrariando a
ideia do novo milênio, o cronista Urias de Paiva Neto publica na mesma edição
uma coluna opinativa demonstrando sua insatisfação em nome da população de
Pouso Alegre. As críticas se dirigem ao prefeito Jair Siqueira e aos seus
projetos de reformular o centro da cidade. Em “Outra vez o Mercado”, Urias abre
a discussão sobre a nova investida do executivo, em relação ao “prédio do Mercado Municipal, sua
localização, tido por ele como inconveniente e prejudicial à circulação de
veículos por ali, para configurar sua obsessão em fazer uma praça no lugar” [24]. Esta
obsessão a que se refere parte no desejo do administrador em deixar marcas,
“trazendo a intenção de serem lembradas pela sua ostentosidade, para com isso,
marcarem, para a posteridade, a figura de sua pessoa, tal qual um Nabucodonosor[25],
que marcava tudo em seu reino: ‘Eu sou Nabucodonosor’”[26].
Em um tom de ironia, Urias utiliza do espaço jornalístico para colocar seu
ponto de vista sobre a questão, que na época, era a opinião de muitos
pousoalegrenses que tinham com aquele espaço laços de pertencimento.
Ao se tratar
diretamente do Mercado Municipal, o cronista aponta para a questão de enormes
gastos em relação à construção de um novo prédio sem trazer nenhum benefício
para os tradicionais mercadores, que certamente “não vão se arriscar em uma
aventura só por que o Prefeito quer aparecer”. E, ainda, aponta que órgãos
públicos como a Câmara Municipal “poderá ter uma responsabilidade muito grande
em tal decisão, que ao se concretizar, será um Mercado às moscas, morto, sem
movimento e nem como tal poderá ser tido” [27].
Ao falar da
movimentação, Urias nos chama atenção para o fato de que a descentralização
deste ponto de encontro de sociabilidade ocasionaria a perda de frequentadores,
que muitas das vezes estando no centro, param ali para conversar ou comprar
alguma coisa. Ao encerrar suas críticas, nos deixa claro que a “praça dos
sonhos do prefeito” será apenas uma nesga[28]
de terrenos, sendo a “continuidade do que existe na Praça Duque de Caxias e
será ocupada por barracas, tendas de pequenos comércio, as de lanche inclusive:
será a continuidade da feiúra da praça existente”[29].
Entretanto, o prefeito e sua administração deveriam dar atenção a outros
problemas existentes na cidade, como ruas esburacadas, calçamentos antigos,
tratamento de esgoto entre outras. “Isso não marca administração; obras
faraônicas, sim e faz lembrar um velho ditado e aplicável: Pouso Alegre, ‘por
fora, bela viola, por dentro, pão bolorento” [30].
A preocupação,
neste sentido, seria mais uma vez com o embelezamento e aspectos funcionais da
região central da cidade, sendo que as outras regiões, principalmente, as
periféricas, necessitavam de obras e de uma maior atenção. Enquanto isso,
imagem do centro se torna mais uma vez o cartão postal de toda a cidade.
Os planos da retirada do prédio do Mercado
Municipal do centro da cidade irão perpassar o ano 2000, até os últimos dias do
segundo mandato de Jair Siqueira. O perfil do político é traçado pelo Jornal “O
Progresso”: “Não é um homem popular. Não é visto nos bairros mais humildes. Não
se vê o prefeito andando pelas ruas da cidade (...) [31]
nos passando a ideia, neste trecho, que o representante da cidade não conhece
as necessidades do povo e do espaço, por não estar em contato direto com a
cidade. Apenas estar exercendo uma função de seu trabalho.
Nos primeiros
meses do ano 2000, de uma vez por todas, os comerciantes desaprovam a mudança
do prédio. Conforme noticiado no jornal “O Tempo de Pouso Alegre”, favorável ao
candidato Enéas Chiarinni (PMDB), que circulou apenas no período das eleições
municipais, a provável localização do Mercado se torna rejeitada pela maioria
dos comerciantes que estavam revoltados com a possível mudança para um local
afastado do centro da cidade.
Este novo
endereço “teria suas proximidades da Avenida Dique, local que, segundo os
comerciantes, sofre inundações com as chuvas e dificulta o acesso aos clientes
necessitando de condução” [32], e se as vendas estavam fracas na
época, ficariam ainda piores com a dificuldade de acesso. Apesar de estarem em
dia com as taxas municipais, os comerciantes e o próprio prédio necessitam de
mais atenção do governo público, visto não terem, pois o prédio sempre foi
objeto de outros interesses.
A população que mais sofre com este déficit de
planejamento urbano é a de menor poder aquisitivo, pois, na sociedade
capitalista, como não poderia ser diferente, o espaço urbano é considerado uma
mercadoria, e neste caso possui um valor de troca. (ANDRADE, 2012, p. 4).
O espaço do
Mercado Municipal, a partir da administração de Enéas Chiarini[33],
passará a assumir outro sentido. Já não se falará mais de remoção do prédio, e
sim, em valorização daquele lugar, como patrimônio da cidade voltado ao
turismo, confirmando assim que “preserva-se em atendimento às exigências do
turismo, a grande indústria moderna que maneja quantias incríveis (...)
definidoras de peculiaridades regionais aptas a estar sempre despertando a
curiosidade (...)” (LEMOS, 1985, p. 30) dos visitantes. O interesse se
estabelece através da economia local assim ligada ao comércio, que se dá
através das pessoas, “suas tradições e costumes do dia-a-dia; em seu
patrimônio; nos produtos de sua cultura material e imaterial”. (YAZIGI, 2009,
p. 13).
Nos primeiros
dias de seu mandato, Enéas, através do Jornal “Gente em Ação”, expõe “Novos
Projetos para melhorar o ‘Mercadão’”. Em seu projeto, visa a atração de
turistas pela diversidade de artigos vendidos no local. Segundo ele, “é projeto
nosso valorizar o Mercado Municipal, deixando-o mais agradável para todos que
dele se utilizam” [34].
Diferentemente
da administração anterior, preocupada com aspectos urbanísticos e estruturais
da cidade, esta visava uma política de cunho econômico. Ao reformar o Mercado,
ao torná-lo um ponto atrativo para as pessoas e os turistas, o comércio iria se
fortalecer e a cidade estaria caminhando aos poucos ao sistema turístico. O
Jornal Gente em Ação ainda ressalta que os turistas buscam adquirir, no
Mercado, o artesanato, produtos comestíveis, e também artigos como fumo de
rolo, palha, esponja de bucha, varas de pesca e outros.
Com intuito de
receber melhor o turista, assim afirmava o secretário de Agricultura e
Abastecimento da época, Walter Modesto, que “estão previstas obras como reforma
de sanitários, troca de pisos, pintura do prédio e revisão de toda a parte
elétrica” [35].
Estas seriam estratégias de marketing,
ou seja, táticas para atrair as pessoas para o espaço. Um dos comerciantes, em
depoimento ao “Jornal do Estado”, afirma que “as vendas deste ano cresceram em
média 30%, em relação a 2002” [36]
sendo que os principais consumidores são turistas vindos do estado de São Paulo
em busca de queijos e doces caseiros. Neste sentido, percebemos que o turismo
(...) acompanha as transformações do fenômeno
capitalista. Nas últimas décadas, a busca pela qualidade de vida, pelo prazer,
pela sensação de liberdade, pela valorização das diferenças culturais que
caracterizam o “estilo de vida” da sociedade vem desencadeando profundas
mudanças nas práticas tradicionais do turismo. (SOUZA, 2005, p. 54-55).
Se antes
tínhamos um turismo mais voltado para praias, montanhas, lugares exóticos, hoje
percebemos que as pessoas dos
grandes centros são atraídas para as cidades do interior, onde encontram fugas
do movimento frenético da cidade grande. Acompanhado dessa busca de descanso,
está à busca pela cultura e as práticas daquele determinado lugar, ou seja,
produtos artesanais e alimentícios. No caso da cidade de Pouso Alegre, tais
produtos são encontrados no Mercado Municipal, onde as práticas e o comércio
são passados de pais para filhos.
Com a ideia de
se revitalizar o prédio do Mercado Municipal, dando aspectos modernos ao mesmo,
surge em conjunto a concepção de um novo shopping para Pouso Alegre. Assim era
estampado nas páginas do “Jornal do Estado” no início do ano de 2004: “O
Mercado Municipal de Pouso Alegre, em breve, um novo shopping para o Sul de Minas, com arquitetura Moderna, aplicação de
materiais de última geração e alta tecnologia” [37]. As valorizações deste espaço e de suas
práticas culturais como um bem patrimonial da cidade se tornam objetos de puro
interesse desta administração. A revitalização do prédio nos leva a entender
que
(...) os monumentos e o patrimônio histórico
adquirem uma dupla função- obras que propiciam saber e prazer, postas à
disposição de todos; mas também produtos culturais, fabricados, empacotados e
distribuídos para serem consumidos. (CHOAY, 2001, p. 210).
Neste período,
perceberemos assim os jogos de interesses da administração pública, da empresa
responsável pelas obras do prédio e do órgão de imprensa que veiculará as
propagandas do projeto Mercado como um novo
Shopping para Pouso Alegre sendo de propriedade da família Foch, um grupo
de construtores e diretores do referido órgão impresso da cidade.
No decorrer da
reforma, o secretário de Planejamento Urbano da época, arquiteto Ricardo Galvão
Lima, é entrevistado pelo “Jornal do Estado” avaliando as obras do Mercado.
Neste momento, se refere ao prazo de entrega da revitalização e aborda os
benefícios que as obras trariam para a cidade. Segundo Galvão, “as reformas
visam além da melhoria da qualidade dos serviços prestados nesse espaço
público, a preservação da memória cultural que o Mercado simboliza na evolução
histórica da cidade” [38],
e que classificar um edifício público como Patrimônio Histórico “não se refere
apenas à sua arquitetura, mas também à sua importância como referencial para a
população” [39]. E, mesmo sendo, muitas vezes taxado
como “atrasado, acanhado, debilitado, feio, sujo, inconveniente, se mantém vivo
e ativo no centro da cidade” [40].
Através destas afirmações, percebemos outro jogo de interesse da administração
vigente: manter o prédio no mesmo espaço. Mesmo que não tenha sido tombado
oficialmente como Patrimônio Histórico e Cultural da cidade, estreitou laços de
pertencimento na vida da cidade e na vida daqueles que ali residem.
O arquiteto
também critica a administração passada através do “projeto de construção do
Novo Mercado Municipal” nas imediações da Avenida Perimetral. Em sua concepção,
foi “desenvolvido por pessoas sem nenhuma formação técnica ou acadêmica”
fazendo parte de projetos que foram engavetados, e sim “obras criminosas,
heranças deixadas para a atual administração” [41].
As críticas apresentadas pelo engenheiro à administração passada vêm a reforçar
ou promover à atual, tendo em vista a continuação no poder. Outro veículo
impresso de Pouso Alegre irá publicar uma matéria mostrando outro lado deste
período da reforma. A chamada “Reforma do Mercado Municipal gera polêmica: a
obra divide os comerciantes e já causou até brigas entre donos de jornais”.
Tomamos conhecimento da divergência de opiniões na cidade entre a demolição do
prédio e a reforma do mesmo. São duas linhas políticas que ainda atuam
fortemente na cidade, dividindo assim até mesmo a população. Porém, o que mais
chama atenção neste mesmo artigo é a discussão dos donos de dois jornais da
cidade, “O Bandeirante, Stella Cobra, e o Jornal do Estado, Sebastião Foch,
também proprietário da empreiteira ‘Real Minas’, que realiza a obra” [42].
Segundo a matéria, Stella Cobra fazia uma matéria jornalística sobre os
trabalhos no local, quando foi abordada por Foch que passou a xingá-la. O caso
foi registrado na delegacia. Os dois não quiseram falar sobre o assunto.
Através do ocorrido, percebemos a rivalidade política entre os donos dos dois
órgãos impressos como também o monopólio do “Jornal do Estado” em noticiar
aquilo que estavam construindo como também o projeto que desejam implantar na
cidade.
Os efeitos da
reforma alteraram totalmente seus aspectos externos, “buscando trazer elementos
fundamentais dos dois antigos prédios trazendo elementos marcantes e
característicos de sua arquitetura” (MELLO, 2011, p. 38) em um tom pós-moderno. Notamos a presença de azulejos em todo
seu entorno, principalmente acompanhando as janelas grandes voltadas para praça
central, dando assim um aspecto moderno chamando atenção daqueles que por ali
passam. Neste sentido,
A sociedade capitalista se apresenta como sociedade
do espetáculo, tal qual definiu Debord. Importa mais do que tudo a imagem, a
aparência, a exibição. A ostentação do consumo vale mais que o próprio consumo.
O reino do capital fictício atinge o máximo de amplitude ao exigir que a vida
se torne ficção da vida. A alienação do ser toma o lugar do próprio ser. A
aparência se impõe por cima da existência. Parecer é mais importante que ser.
(GORENDER, 1999, p. 125).
No interior do
Mercado, percebemos que as práticas sociais que sempre estiveram presentes
continuam sobrevivendo ao novo e ao moderno que aos poucos vai se instalando. O
que nos chama a atenção é a variedade de produtos que compartilham o mesmo
espaço em boxes ou estabelecimentos comerciais passando de geração em geração.
Isso se dá através do hibridismo (CANCLINI, 2006, p. 283-350), ou seja, através
da relação de uma cultura com a outra e, também, com a mescla, cujo encontro
resulta de várias culturas, gera uma fusão, interagindo em um mesmo espaço.
Trata-se também de uma forma de sobrevivência.
Mesmo quando o grupo passa por um processo de
transformação, ele se adapta a nova situação guardando seus costumes
tradicionais, sem adotar costumes que poderiam ser compartilhados com elementos
de outros grupos, ou dos grupos com que passam a estar em contato. (COHEN , 1974, p. 124).
Mesmo com as
rápidas mudanças que o mundo vem sofrendo através, dos avanços tecnológicos, há
uma grande procura por produtos artesanais e até mesmo caseiros, como meros
objetos destinados para enfeites ou até mesmo para aguçar o paladar.
Atualmente, 70% dos boxes que se encontram no espaço do Mercado Municipal são
destinados à alimentação, um restaurante que serve almoço diariamente, como
também alguns bares ou butecos que servem vários tira-gostos como torresmo, chouriço, pé de porco,
joellho, costela de boi, peixe frito e o tradicional pastel de farinha de
milho.
Entre queijos de
diversos tipos e marcas, encontram-se cachaças artesanais e industriais,
diversos tipos de molhos de pimenta, doces caseiros e pasta ou grandes barras
de goiabada cascão, bolachas de nata, gêneros que muitas vezes não são
encontrados em supermercados. Além do comércio gastronômico, encontramos grande
variedade em frutas, legumes e verduras que são vendidos diariamente, de
domingo a domingo. Chama-nos a atenção também a presença de dois boxes
destinados à venda de produtos para umbanda. Nele podem ser encontradas
imagens, velas de diversas cores, incensos, rituais entre outros. Divide seu
espaço com a venda de fogos de artifícios e uma tabacaria variada. Nela são
vendidos também cachimbos, fumo de corda e os tradicionais cigarros de palha,
produzidos em Pouso Alegre e em outras regiões.
Com a última
revitalização do prédio, surgem práticas comerciais voltadas para a questão do
turismo. A imagem, no entanto, se torna de suma importância para a divulgação
de um espaço e seu produto, principalmente, quando a tendência é torná-lo
turístico. No interior do Mercado,
notaremos certos aspectos que nos dão a ideia de um shopping.
Em 2004, o
Jornal do Estado enfocará o “Projeto Mercashopping”,
ação esta proposta pela Prefeitura Municipal em parceria com o Clube de Vendas
e com fundo publicitário da empresa do mesmo Jornal. Neste intuito, o jornal
realizou algumas reportagens sobre a inovação feita no Mercado que contribuiu
para ser uma atração turística da cidade.
Segundo
informações do artigo feito, “os comerciantes estão motivados com o aumento das
vendas após a revitalização do prédio, que corresponde de 30 a 50% (...) contribuindo
com a lucratividade dos lojistas” [43] e
também com a da classe empresarial interessada, ganhando mais que os próprios
donos dos estabelecimentos. O planejamento consistiria também em parceria com
alguns hotéis da cidade, trabalhando para a “atração de turistas, como é o caso
do Hotel Maracanã, que contrata o trenzinho da alegria para levarem os
visitantes a conhecerem a cidade e principalmente o Mercado” [44].
A partir disso podemos dizer que o turismo passa a ser
(...)
uma atividade que perpassa todas as esferas da sociedade, envolvendo a
economia, a educação, os transportes, as comunicações. É um fenômeno com
consequências sociais, culturais, políticas que se tornou um direito e um
desejo de todos os cidadãos e, como tal objeto de consumo do mundo globalizado.
(SOUZA, 2005, p.11).
Levamos em conta
também que a atividade turística, além de ser um produto de interesse de
alguns, fortalece a imagem da cultura. Todavia contribui para a modificação da
paisagem local. Tomamos assim nosso objeto de pesquisa e percebemos que durante
o tempo aquele espaço fora modificado.
Durante o desenvolvimento desta
pesquisa, pudemos perceber que o crescimento da cidade e o aumento populacional
se deram com a instalação de empresas, com a duplicação da Rodovia Fernão Dias.
Com este crescimento, espaços foram modificados, muitas vezes contra a vontade
daqueles que possuíam um laço de pertencimento com a cidade. Os políticos,
através de grandes obras, procuraram deixar suas marcas, muitos tendo a
oportunidade de crescerem ainda mais em suas carreiras.
Neste sentido, o Mercado Municipal de
Pouso Alegre passa por mais uma revitalização, sendo mais uma vez
descaracterizado em função de políticas voltadas para seus interesses próprios.
Assumindo a proposta de uma arquitetura moderna, chama a atenção daqueles que
passam naquele espaço, principalmente das pessoas que visitam a cidade. Ao
entramos no espaço do Mercado, percebemos que algumas práticas culturais
assumem uma nova roupagem em virtude do turismo, enquanto outras acabam sendo
sufocadas ou até mesmo lutam para se manter vivas perante uma nova dinâmica
comercial que aos poucos vai ganhando mais espaço.
A partir das leituras dos jornais,
perceberemos discursos voltados para aspectos econômicos e organizacionais da
cidade, nos quais cada prefeito buscará deixar sua marca quer seja em obras
executadas quer seja em projetos idealizados. A preocupação com a imagem da
cidade se torna mais uma vez uma constante, porém, assumindo um novo aspecto,
no intuito de inseri-la no cenário nacional priorizando a questão do turismo.
Apesar dos diferentes interesses
políticos, o Mercado Municipal permanece no mesmo lugar, até os dias atuais.
Podemos considerar neste movimento da história, que o Mercado constitui um bem
patrimonial da cidade, mesmo sendo de caráter imaterial[45],
constituído pelas práticas, culturas, saberes e viveres que se entrelaçam e
formam a identidade e as memórias de Pouso Alegre e região.
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[1]Nascido em Pouso
Alegre 13/04/1919, atuou como Prefeito de Pouso Alegre de 31/01/1971 a
31/01/1973. Faleceu em 01/10/2004.
[2] Discurso do
Término de Mandato do Dr. Breno Coutinho, disponível no Acervo do MHMTT.
[3] Idem.
[4] Jornal da
Cidade, 01/06/1980, ano I, nº7, p. 03.
[5] Idem.
[6]Nascido em Estiva
em 11/06/1933. Atuou como Prefeito em Pouso Alegre nos seguintes mandatos:
31/01/1977 a 13/05/1982, quando se retira para candidatar-se a Deputado
Estadual. Retorna a Prefeitura e, 01/01/1993 a 01/01/1997.
[7]Nascido em
Paulistas- MG, em 30/06/1936, esteve a frente da cidade em 3 legislaturas:
1989-1992; 1997-2000; 2005-2008. Em 1994 foi Eleito Deputado Federal até o ano
de 1996, quando renuncia para disputar as eleições para Prefeito.
[8] O Município,
03/04/1989, ano IV, n°52, capa.
[9] Tribuna Sul
Mineira, 16/12/1990, ano I, nº7, p. 03.
[10] Tribuna Sul
Mineira, 16/12/1990, ano I, nº7, p. 03.
[11] Idem.
[12] Ibd.
[13]Termo
popularmente utilizado ao se referir às pessoas que transportam nas costas as
partes dianteiras dos animais abatidos nos matadouros.
[14] Sul das Geraes, 26/07/1996, ano 11,
nº654, p.3.
[15]Idem.
[16] Sul das Geraes, 26/07/1996, ano 11,
nº654, p.3.
[17] Idem.
[18] Ibd.
[19] O Bandeirante, 11/10/1997, ano II, nº89,
capa.
[20] Idem, p.03
[21] O Bandeirante,
11/10/1997, ano II, nº 89, p. 03.
[22] Idem.
[23] Ibd.
[24] Ibd.
[26] Idem.
[27] Ibd.
[28] Pequena porção
de terra.
[29] O Bandeirante,
11/10/1997, ano II, nº 89, p. 02.
[30] Idem.
[31] O Progresso,
13/03/1998, ano III, nº114, p. 03.
[32] O Tempo de Pouso
Alegre, 07/04/2000, ano 1, nº25, p.09.
[33]Nascido em Pouso
Alegre em 24/11/1946. Exerceu o cargo de
Prefeito durante os anos de 2001
a 2004.
[34]Gente em Ação, 10/08/2001, ano 3, nº97, p.11.
[35]Ibdem.
[36] Jornal do Estado, 28/11/2003, ano 18,
nº861, p.11.
[37] Jornal do Estado, 20/02/2004, ano 18,
nº872, p. 15.
[38] Jornal do Estado, 20/02/2004, ano 18,
nº872, p. 15.
[39] Idem.
[40] Ibd.
[41] Ibd.
[42] Diário do Sapucaí, 02/04/2004, nº68, p.
03.
[43] Jornal do
Estado, 24/09/2004, ano 18, nº 962, p.4.
[44] Idem.
[45]Transmitido de geração para geração e constantemente recriado pelas
comunidades e grupos em função de seu ambiente, de sua interação com a natureza
e de sua história, gerando um sentimento de identidade e continuidade, contribuindo assim para promover o respeito à
diversidade cultural e à criatividade humana. In: MELLO,
Rogério Stokler de. Dossiê de tombamento
do Mercado Municipal de Pouso Alegre. Belo Horizonte: MGTM Ltda, 2011,
p.73.