sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

16 Projetos de Iniciação Científica aprovados em 2013

Isso é fazer História na Univás!


Iniciação Científica
Curso de História
PROBIC/FAPEMIG - 2013
Projetos aprovados com bolsa
1. Título: UOPA - União Operária de Pouso Alegre um espaço de cultura e resistência dos trabalhadores 
Acadêmico: Paulo Tadeu Furniel
Orientadora: Profª Ms. Elizabete Maria Espíndola
2. Título: Vivência Ladina: a trajetória de Maria Bonita na cidade de Santa Rita do Sapucaí – MG 
Acadêmica: Mariliza Cunha Costa
Orientadora: Profª Ms. Elizabete Maria Espíndola
3. Título: Cantos de Incelença: práticas culturais e memórias de um grupo de Encomendadores de Almas em Bom Repouso - MG
Acadêmica: Vaníula Aparecida dos Santos Costa
Orientador: Profª Dr. José Roberto Gonçalves
4. Título: O Sigma no Vale do Sapucaí: discursos e formas de (se) dizer da Ação Integralista Brasileira em Pouso Alegre (MG). 
Acadêmico: Lucas Catelan
Orientadora: Profª Dra. Andrea Silva Domingues

PIBIC/Univás – 2013 
Curso de História
Projetos de pesquisa aprovados com bolsa


1. Título: O feminino espelhado nas páginas da imprensa: o Sexo Feminino (MG) e o Jornal das Moças (RJ) 
Orientadora: Profª Ms. Ana Eugênia Nunes de Andrade
Acadêmica: Marina Tiburzio

2. Título: Novos caminhos de uma cidade que cresce: a influência da rodovia Fernão Dias para o crescimento econômico e populacional em Pouso Alegre (MG)
Orientador: Profº Ms.Alexandre Carvalho de Andrade
Acadêmico: Caíque Dias

3. Título: Cultura, vida urbana e memória: a Praça Senador José Bento em Pouso Alegre na primeira metade do século XX 
Orientador: Profº Ms.Juliano Hiroshi Ikeda Ishimura
Acadêmico: Geferson Sanches Junior


PIBIC/Univás – 2013 
Curso de História
Projetos de pesquisa aprovados sem bolsa

1. Título: A Rua Direita de São Gonçalo do Sapucaí: uma vitrine dos interesses sociais
Orientador: Profº Ms.Juliano Hiroshi Ikeda Ishimura
Acadêmico: Alexsander Junior Pereira Carvalho

2. Título: Revista O Malho: uma leitura interpretativa das charges e dos anúncios nas primeiras décadas da república 
Orientadora: Profª Ms.Ana Eugênia Nunes de Andrade
Acadêmico: Emílio Carvalho

3. Título: A cidade ideal e a cidade real: a imagem de Poços de Caldas a partir de fotografias e da percepção de seus moradores
Orientador: Profº Ms. Alexandre Carvalho de Andrade
Acadêmico: Pedro Moraes

4. Título: Instituições de caridade: a população pobre em pouso alegre/MG (1917-1936) 
Orientador: Profª Ms.Ana Eugênia Nunes de Andrade
Acadêmica: Taciana Isabel da Silva

5. Título: O outro lado do desenvolvimento do vale da eletrônica: o processo histórico de ocupação urbana em áreas alagáveis de Santa Rita do Sapucaí (MG)
Orientador: Profº Ms.Alexandre Carvalho de Andrade 
Acadêmico: Lucas José Covelo

6. Título: O histórico da produção de batata inglesa no município de Bom Repouso, Minas Gerais.
Orientador: Profº Ms. Alexandre Carvalho de Andrade
Acadêmico: Bruno Willian Brandão Domingues

7. Título: Pela ordem e para o progresso: a trajetória histórica da Escola Estadual José Tomás Cantuária Júnior e a cidade de Tocos do Moji – MG (1967-1997)
Orientador: Profº Ms.Juliano Hiroshi Ikeda Ishimura
Acadêmica: Bruna Thamyres de Almeida

8. Título: Os sentidos e os significados dos movimentos sociais e manifestações no Brasil nos livros didáticos de história, para o ensino de jovens e adultos (EJA)
Orientadora: Profª Ms. Marilda Laraia
Acadêmico: Nelson Ferreira Leal Junior    

9.Título: Entre a cruz e a espada
Orientadora: Profª Ms. Elizabete Maria Espíndola
Acadêmico: Eduardo Pereira Gomes

sábado, 9 de novembro de 2013

Egresso do Curso de História/Univás é aprovado no mestrado da Unicamp


Jonatas Roque Ribeiro foi aprovado no Processo Seletivo Pós-Graduação da Unicamp/2013, mestrado na área de História Social. Ele irá desenvolver a pesquisa intitulada ‘O Clube 28 de Setembro: espaço de sociabilidades e resistência da cultura afrodescendente em Pouso Alegre no pós-abolição’. Durante a graduação o acadêmico defendeu o Trabalho de Conclusão de Curso sob a orientação da professora Ms. Elizabete Maria Espíndola.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Mercado Municipal de Pouso Alegre: o cotidiano na cidade


* Projeto aprovado pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Pouso Alegre/MG - Edital 02/2013.

Apoio
Prefeitura Municipal de Pouso Alegre – PMPA
Secretaria Municipal de Cultura e Turismo – SECULT 
Lei Municipal de Incentivo à Cultura – LMIC

Agradecimentos
Corpus - Medicina por Imagens
Marco Zero – Construção Indústria e Comércio Ltda

Sinopse do livro
Este livro tem o intuito de refletir o movimento citadino, frente às demolições e reformas ocorridas no prédio do Mercado Municipal de Pouso Alegre no período de 1893 a 2004.  Para isso levamos em conta as transformações que ocorreram desde a presença de um comércio informal à construção de um espaço institucionalizado na cidade. Procuramos discorrer sobre as mudanças urbanísticas e os conflitos sociais em torno desse espaço público, possibilitando, assim, uma nova abordagem historiográfica da cidade.

A partir dos pressupostos da História Social, discutimos o uso da memória buscando a compreensão do passado para nos guiar no entendimento do presente. Debruçamo-nos na análise das fontes como atas de aquisição do terreno, jornais da cidade, livros de memorialistas, documentos oficiais, fotografias para ajudar na investigação histórica.

As documentações escritas e imagéticas possibilitaram a compreensão dos fatos cotidianos ao redor do Mercado, que muitas vezes passaram e passam despercebidos ou silenciados na história local, como disputas políticas, utilizadas para demarcar o espaço. Além disso, retratamos os (re) significados das mudanças neste local e as alterações nos aspectos físicos, sociais e culturais do prédio.

Na medida em que os ideais do progresso vão ganhando força, faz-se necessária uma organização urbana dando ordem ao meio público de acordo com as necessidades daqueles que a administram. Entendemos que a cidade é tratada como um lugar de vida capitalista. Os periódicos reforçam a necessidade do progresso e da civilização pautados primeiramente nos ideais higienistas, e com o passar do tempo, voltam-se para um olhar econômico e turístico.

As discussões historiográficas sobre urbanização e relações sociais ganham impulso com as novas abordagens da História Nova. Compreendemos a cidade como um espaço vivo, que se movimenta e se modifica. Assim, os espaços são pensados “como diferentes espécies que sofreram mutações, readaptando-se às novas condições ou desaparecendo. As cidades, como organismos, carregaram características que foram fundamentais a mudanças ambientais posteriores” [i]. A cidade é compreendida como produto de mudanças feitas pelo ser humano, tomando as mais diversas formas de acordo com os padrões de cada época.

O espaço da cidade pode ser entendido como um lugar em que os sujeitos e interesses plurais, públicos ou privados, coexistem, no qual as histórias são marcadas pela provisoriedade e pelos deslocamentos contínuos de sentidos, intrínsecos à modernidade capitalista[ii], lugar marcado pela guerra de símbolos[iii] que se trava entre diferentes classes sociais. Nessa perspectiva, as práticas em torno dela trazem consigo toda uma rede de representações, de memórias que se entrelaçam construindo o saber e a visão de mundo que envolvem os diferentes sujeitos. 

A História precisa ser entendida como conjunto de experiências humanas. Ao se fazer um estudo dos grupos sociais “consideram-se os significados das práticas coletivas de acordo com as ações dos sujeitos sociais e das convenções instituídas pelas comunidades”.[iv] Passamos, então, a observar a cidade de Pouso Alegre através de suas mudanças significativas para a história local, sendo observada diferentemente das abordagens memorialísticas, como objetos de reflexão e crítica. Buscamos compreender o que a história oficial não nos apresenta.

Localizada no Sul de Minas Gerais, Pouso Alegre é uma cidade que cresce acentuadamente, desde a década de 70, pela instalação de diversas empresas. Percebemos assim uma grande presença de moradores de outras localidades que habitam o espaço urbano, vindo em busca de emprego ou à procura de outras maneiras de viver.

A formação do povoado se dá em fins do século XVIII, servindo a princípio como lugar de descanso de bandeirantes ou aventureiros que avançavam em suas rotas em busca do ouro nas minas das gerais. A base econômica do povoado durante muitos anos foi a produção agrícola. No Almanaque Sul-Mineiro tomamos conhecimento do que era produzido no município nos tempos imperiais: “canna, fumo, algodão, e café. Exporta-se muito polvilho, porcos e gado. Planta-se desde longos annos chá, que é exportado para a corte” (...) [v].

Além das práticas de exportação, ressaltamos a presença de um comércio informal dentro da cidade. Através dos registros do legislativo, podemos afirmar que, inicialmente, a atividade comercial era feita nas ruas da cidade, pelos chamados carreiros – tropeiros que levavam os produtos básicos à população. Em sessão extraordinária da Câmara Municipal de Pouso Alegre, de 21 de dezembro de 1859, é autorizado o início dos trabalhos na Praça do Mercado um “lugar de enorme concorrência aos domingos. O edifício em que ella funcciona é por demais modesto e trata-se da construcção de outro”[vi].

Não temos conhecimento de registros fotográficos da época do primeiro prédio do Mercado. Os documentos apenas apresentam-no como uma casa simples em uma praça atrás da Igreja Matriz, onde se realizavam as práticas comerciais, apenas aos domingos. A casa possuía lugar para abrigar os carreiros que vinham de longe com seus produtos, os campesinos pagavam uma taxa para sua permanência. Aqueles que faziam o comércio nas ruas da cidade não poderiam vender os mesmos gêneros disponíveis na Praça do Mercado.

A necessidade de se ter um espaço próprio e maior surge durante o tempo, justamente pelo fato de o mercado possuir um comércio ativo na cidade e atender a população dos distritos de Congonhal, Estiva e Borda da Mata, que nesta época faziam parte da territorialidade de Pouso Alegre.

Em 1893, a municipalidade adquire o terreno que pertencia à Matriz e constrói um prédio mais amplo e aberto para que os produtores pudessem expor os gêneros a serem vendidos. O Mercado Municipal de Pouso Alegre sempre foi um lugar de encontros e sociabilidades. A princípio funcionava apenas aos fins de semana, atendendo a população local com a venda dos gêneros de primeira necessidade. Atualmente, é tido como um espaço turistificado, onde as pessoas, além de encontrar variedades em frutas e hortaliças, cereais e temperos, carnes, destilados, fumo de corda, artesanatos e produtos religiosos de umbanda, podem degustar destilados ou até mesmo tomar uma cerveja e comer um tira-gosto nos diversos barzinhos, lanchonetes e restaurantes em seu interior.

Segundo informações da ACOMCEPA (Associação dos Comerciantes do Mercado Central de Pouso Alegre), “são realizadas 340 compras por hora e 2.720 ao mês, passando por aquele espaço 3.016 pessoas por dia e 76.800 pessoas por mês, sendo 42% mulheres, 30% homens e 28% jovens” [vii], no ano de 2011.

Tido como um espaço público da cidade, o mercado se torna, mesmo não sendo oficialmente, um patrimônio cultural do município, por fazer parte das muitas memórias e das disputas que circundam ou participaram daquele espaço. “O patrimônio cultural materializa e torna visível o sentimento evocado pela cultura e pela memória, e, assim, permite a construção das identidades, fortalecendo os elementos das origens comuns” [viii].

Na perspectiva da presença de diversos sujeitos em um mesmo espaço, compreendemos que o patrimônio não é algo obsoleto, vindo de um passado remoto, mas sim, espaço de memória, de conflitos.

Devemos ter em mente “garantir a compreensão de nossa memória social preservando o que for significativo dentro de nosso vasto repertório de elementos componentes do Patrimônio Cultural. Essa a justificativa do por que preservar” [ix].

Esses espaços podem ser denominados como “lugares de memória”, nos quais se constitui a formação identitária de uma sociedade. Pierre Nora nos chama atenção sobre a busca pelos referidos lugares em que se preserva a memória, principalmente, no momento em que vivemos, pois uma série de novas informações é produzida a cada instante.

Percebemos a necessidade da preservação da memória como forma de reconstituição de si mesma, uma memória viva e dinâmica, expressa nos comportamentos humanos, na constituição de grupos e de uma sociedade. Pierre Nora enfatiza os lugares da memória como “restos” que procuram testemunhar outra era. Tais lugares, contudo, (...) nascem e vivem do sentimento que não há memória espontânea, que é preciso criar arquivos, que é preciso manter aniversários, organizar celebrações, pronunciar elogios fúnebres, notariar atas, por que essas operações não são naturais[x]. Notamos que os lugares da memória estão ligados a uma ritualização, ou seja, uma rede simbólica que os permeiam, permitindo que cada um realize o exercício de relembrar, concebendo assim a história como um exercício que aglutina passado, presente e futuro.

No campo da memória, percebemos um grande desafio perante a conservação, podemos assim dizer, uma grande luta de sobrevivência. A tradição é de suma importância para a preservação da identidade de um grupo social, suas práticas e realizações. Sendo assim, a memória procura salvar o passado para servir o presente e o futuro, de forma que a memória coletiva sirva para a libertação e não para a servidão dos homens[xi].

Nesta perspectiva histórica, dividimos o livro em três capítulos. No primeiro capítulo, intitulado Máscaras republicanas na urbanidade rural - buscamos compreender uma cidade controlada pelos políticos e pela elite que passam uma falsa imagem de progresso, procurando propagá-la nos jornais e nos cartões-postais, fazendo com que ela se torne aos olhos dominantes um paraíso das repúblicas, da ordem e do progresso. Nessa direção, o comércio informal será prejudicado pelas leis instituídas pelos políticos favoráveis aos comerciantes que possuem estabelecimentos fixos, fazendo desses espaços campos conflitantes. O Mercado se tornará um prédio institucionalizado, os ambulantes que vendiam produtos pelas ruas da cidade foram afastados do centro. A ordenação do espaço é cada vez mais enfatizada pelos diferentes discursos políticos.

No segundo capítulo, Novas práticas sociais: tensões na cidade - analisamos os discursos higienistas presentes na imprensa e nos discursos dos políticos locais. Os discursos reproduziam que os espaços públicos clamavam por uma melhor visibilidade, e as críticas da imprensa serão direcionadas ao mau aspecto em que se encontram os prédios públicos. A cidade aos poucos é pautada na máxima do paraíso desenvolvimentista do regime ditatorial, o centro vai se modificando, as grandes construções são prioridades para o país. Com esse espírito, mais uma vez, o prédio do Mercado é reformado e, consequentemente, inaugurado como uma obra modelo, funcional e modelar, alterando a rotina dos trabalhadores e frequentadores do local.

Por fim, indagamos no terceiro capítulo intitulado Vitrine do progresso: marcas políticas em disputa, a cidade que cresce rapidamente, com a vinda de indústrias e novas tecnologias. Há um aumento populacional significativo, transformando assim as dinâmicas do município. O Mercado Municipal passa por outra reforma, chamando a atenção de turistas e dos moradores que passam diariamente pela região. Com isso, as práticas culturais acabam sendo sufocadas em virtude de outros investimentos e interesses políticos, sendo que algumas ainda mantêm-se vivas em resistência às novas tendências do comércio.


Notas

[i]POSSAMAI, Zita Rosane. Metáforas visuais da cidadeRevista Urbana, ano 2, n. 2, CIEC, Campinas: UNICAMP, 2007, p. 2.
[ii]BENJAMIN, Walter. Paris do segundo Império - A boêmia; Flâuner; A modernidade, 1ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1989, p. 125.
[iii]DEBORD, Guy. A sociedade do espetáculo. Trad. Estela dos Santos Abreu. RJ: Contraponto, 1997, p. 84.
[iv]CHARTIER, Roger. À beira da falésia: a história entre incertezas e inquietudes. Porto Alegre: Editora     UFRS, 2002, p.123.
[v]VEIGA, Bernardo Saturnino da. Almanack Sul-Mineiro para 1884. Tipographya do Monitor Sul Mineiro, Campanha da Princeza, MG, 1884, p. 371.
[vi]Idem, p. 370.
[vii]Jornal Diário, Pouso Alegre, 14 de Julho de 2011, Ano VIII, n° 1387, p. 05.
[viii]Idem, p. 16.
[ix]LEMOS, Carlos A.C. O que é patrimônio histórico. São Paulo: Editora Brasiliense, 2006, p. 29.
[x]Idem.
[xi]LE GOFF, Jacques. História e Memória. Campinas: UNICAMP, 1996, p. 477

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Doe arquivos, doe memórias



Sugiro que façamos uma Campanha “Doe arquivos, doe memórias” junto às pessoas que têm material de valor histórico sobre Pouso Alegre para que elas compartilhem com as instituições públicas responsáveis pela preservação da memória de Minas Gerais (Arquivo Público Mineiro) e principalmente, de Pouso Alegre (Museu Histórico Municipal Tuany Toledo). "Para que haja preservação do Patrimônio Documental é extremamente necessário elucidar conceitos e aprimorar a educação de nosso povo sobre a importância e o valor desses documentos para a nossa sociedade". Vamos espalhar esta ideia! 

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Faça História na Univás




É com muita alegria, que os docentes e alunos do Curso de História da Universidade do Vale do Sapucaí (Univás), informam que estão abertas as inscrições para o Vestibular 2014.

O Curso de História  da Univás iniciou suas atividades em julho de 1972, há mais de 40 anos fazendo História na instituição e na região, um dos cursos mais antigos da instituição, obtendo recentemente nota 4 no ENADE.

Os professores especialistas, mestres e doutores realizam um trabalho de equipe pautado no profissionalismo, transparência e compromisso. Sempre preocupados com a História não como uma ciência do passado, mas como uma disciplina preocupada com um projeto para o futuro, compreendendo as causas do passado e do presente.

Disto decorre também a preocupação permanente do Curso de História em oferecer uma sólida formação em disciplinas da própria área e a manutenção da especificidade da História como área de conhecimento, para além das importantes transformações do próprio conceito de “disciplina”, que vem sendo igualmente assumido.

Resultados da qualidade da formação oferecida aos alunos são entre outros, a relação candidatos aprovados em concursos estaduais e municipais de educação para área de História nos últimos anos, o número de bolsistas de Iniciação Científica seja institucional ou da FAPEMIG (Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais), estágios remunerados, bem como a participação constante de discentes e docentes em projetos de extensão, eventos científicos nacionais e internacionais da área e a classificação crescente de nossos egressos na pós-graduação.

É neste trilhar que com muita alegria, convidamos VOCÊ a Fazer História na Univás, com uma nova perspectiva social.

Inscreva-se no vestibular no período de 03 de setembro a 04 de novembro de 2013, pelo site www.univas.edu.br e faça sua prova dia 10 de novembro.

Dra. Andréa Silva Domingues
Coordenadora do Curso de História

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Museu Histórico Municipal Tuany Toledo divulga resultado da seleção de estagiário


Na tarde desta sexta-feira, 30, os candidatos à vaga de estágio no Museu Histórico Municipal Tuany Toledo participaram da segunda fase do processo seletivo. Os alunos foram entrevistados por uma banca composta pelo sociólogo e historiador Isaias Pascoal, a psicóloga Rafaela Maria Capobianco Oliveira e o agente cultural do Museu e licenciado em Letras, Mayke Ricelli. Antes da entrevista, os estudantes foram recebidos no Museu e conheceram um pouco mais sobre as atividades da instituição. Eles ainda indicaram um pseudônimo para que a avaliação com os examinadores fosse feita sem o uso do nome da cada candidato, de modo que o processo fique ainda mais transparente. 

No dia 19 de agosto, os alunos do curso de História participaram da primeira etapa, quando produziram uma redação; atividade que aconteceu no Plenarinho da Câmara. Agora, somadas as notas da produção textual à nota da entrevista, a banca examinadora divulgou os resultados, que já foram entregues aos candidatos ao fim da apuração. 

A maior nota foi atribuída ao aluno do quarto período do curso de História da Univás, Gabriel Vitale Coutinho, que vai iniciar suas atividades nesta segunda-feira, 2.


O estágio na instituição é fruto da parceria entre a Câmara e a Univás e faz com que os alunos possam colocar em prática os conhecimentos adquiridos na universidade, auxiliando nos trabalhos desenvolvidos pelo Museu.


Fonte: Câmara Municipal de Pouso Alegre

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

A arte de falar: redescobrindo trajetórias e outras histórias da Colônia do Pulador Anastácio/MS




Sinopse: Este trabalho analisa as experiências de homens e mulheres que passaram pelo processo de deslocamento social do Estado de Pernambuco para o atual Estado de Mato Grosso do Sul. Para tal, são utilizadas as histórias de vida obtidas com alguns moradores da Colônia do Pulador - município de Anastácio-MS e da cidade de Anastácio-MS, através da história oral. Sobre os relatos há uma reflexão acerca do ir e vir das memórias coletadas, e, também sobre as experiências de vida individual e coletiva de cada depoente. Assim, navega-se em diferentes lembranças - trajetórias vividas por estes personagens históricos - bem como em sua cultura material, suas sensibilidades e suas extensões corporais.  Desta maneira, busca-se compreender como estes homens reagiram, resistiram, viveram e vivem os processos do deslocamento social, visto que passaram a conviver com culturas, costumes, naturezas diferentes daquelas de onde partiram.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Cidades em movimento



Cada vez mais o interesse pelo estudo dos processos pelos quais a cidade se estrutura enquanto lugar de sociabilidade e construção de identidades vem ganhando terreno nas mais diversas áreas do conhecimento. E essa pluralidade de observações sobre a cidade é o que nos apresentam Alexandre Carvalho de Andrade e Ana Eugênia Nunes de Andrade, nessa coletânea que reúne textos de autores que pensam a cidade a partir de diferentes perspectivas teóricas mas tendo como ponto de encontro a forma como tomam a cidade na sua materialidade constitutiva. Esse, aliás, é um ponto fundamental para o entendimento da cidade no seu duplo funcionamento: enquanto espaço físico e também de relações entre sujeitos, que são afetados pelo seu entorno e pela história.

A leitura dos textos aqui reunidos permite uma ampla compreensão de como se articulam elementos históricos, sociais, políticos e discursivos na constituição do espaço citadino. São excelentes exemplares de estudos e reflexões que têm na geografia, na história e na linguagem seus campos de análise.

No primeiro texto, intitulado “O relevo e o processo urbano: uma discussão acerca das relações homem x natureza nas cidades pela óptica da geomorfologia”, Roberto Marques Neto coloca em cheque, através da demonstração de casos de cidades brasileiras, a relação entre o relevo natural e a ocupação urbana, propondo-se questionar sobre a ideia comumente aceita de que a urbanização é sempre depreciativa.

Thomaz Alvisi de Oliveira promove uma discussão sobre os aspectos da paisagem urbana de Poços de Caldas, no sul do estado de Minas Gerais, levando em conta seu contexto físico e propõe aos trabalhos do planejamento urbano a consideração de métodos sistêmicos de análise da paisagem que levem em conta o funcionamento da paisagem, em “Ótica geográfica orientada à análise da paisagem urbana de Poços de Caldas (MG): expressão e funcionamento”.

Juliano Hiroshi Ikeda Ishimura e Juliana Donella de Lima apresentam questões à cerca da dinâmica do espaço do Horto Florestal em Pouso Alegre, MG, em função de sua criação, transformações e usos, que têm estreita relação com o ideário de “preservação e conscientização ambiental”, no texto “Parque Zoobotânico de Pouso Alegre (MG): cultura, educação e lazer”.

A cidade de Parintins, no Amazonas, é o foco do estudo de Estevan Bartoli, em “Morfologia urbana da cidade de Parintins (AM): espaços periurbanos, cidade difusa e loteamentos recentes”. O autor, identificando elementos e processos que influenciaram na constituição da cidade, adentra no terreno da morfologia urbana para refletir sobre os elementos que corroboram para a fragmentação e alteração da paisagem.

Em “Processos históricos de expansão urbana na região sul da cidade de Pouso Alegre (MG)”, Diego Garcia de Carvalho e Alexandre Carvalho de Andrade, através do levantamento e análise de fontes históricas, trabalhos de campo e produtos cartográficos, realizam um cuidadoso estudo sobre o processo histórico de ocupação urbana na região Sul da cidade de Pouso Alegre, MG, que em muito contribui para ao entendimento da forma como se estruturou aquela região da cidade.

Tendo como referencial teórico a Análise de Discurso, Greciely Cristina da Costa propõe a compreensão dos processos pelos quais os sujeitos, na relação com o espaço político-simbólico, são afetados nos seus modos de individuação, pelo efeito de metominização que consolida o estereótipo de favela e favelado, no texto “Discurso, Cidade e História: metonimização entre favela e favelado e seus efeitos”.

Também através da Análise de Discurso, André Silva Barbosa busca explicitar a forma como o Bairro São Geraldo, da cidade de Pouso Alegre, MG, significa pelos discursos circulantes, em “O real da cidade é como um câncer para o coração urbano”. Neste texto, o autor analisa a forma como o imaginário urbano se sobrepõe ao real da cidade, construindo lugares de centro e periferia.

Tatiana da Rocha Barbosa constrói uma reflexão sobre o processo de ocupação urbana de Manaus, AM, em “Planejamento popular nas ocupações urbanas da cidade de Manaus – AM” e destaca como a apropriação das áreas urbanas são planejadas em função das expectativas de que futuras ações estatais ponham em prática o planejamento elaborado no início da ocupação.

Em “A cidade de São Paulo como palco de lutas: o teatro e suas contribuições na construção de espaços mais democráticos”, Gabriela Bortolozzo desenvolve o pensamento a respeito da capital paulista como uma cidade realizada por atores sociais preocupados com as condições de vida da população de baixa renda e segue demonstrando como isso se deu no ambiente do teatro, através de trabalhos que reúnem interesses das classes trabalhadoras.

A história do Teatro Municipal de Pouso Alegre, MG, construída através dos discursos da imprensa local, é o que nos trazem Fernando Henrique do Vale e Ana Eugênia Nunes de Andrade em “Memórias do Teatro Municipal de Pouso Alegre (MG): campo de disputas políticas (1950-1980)”. Os autores trazem, no texto, uma rica discussão sobre os conflitos e disputas da elite cultural e política local em torno deste espaço.

Sustentabilidade urbana e regional é o foco do trabalho de Helena Mendonça Farias em “Valorização de aspectos culturais e ambientais na busca da sustentabilidade urbana: Considerações sobre movimento cittá slow”, que tem no movimento “Slow Cities” a base para a análise e compreensão de dimensões da sustentabilidade, tais como a ambiental, social, econômica, territorial e política.

Juliano de Melo Gregório analisa a perda gradativa da identidade tradicional e os novos significados adquiridos pelas práticas culturais campesinas na cidade de Pouso Alegre, MG, em função das indústrias de grande porte que lá foram se instalando a partir da década de 1970, no texto “Comer, rezar e cantar: práticas e representações culturais de trabalhadores rurais de Pouso Alegre-MG”.

Em “Dinâmicas na cidade: a festa nordestina como forma de sociabilidade e resistência”, Andrea Silva Domingues e Bárbara Cristine Casallechi Fonseca Simões refletem sobre a construção do processo identitário dos nordestinos na cidade de Pouso Alegre, MG, através de relatos de histórias de vida, procurando destacar o hibridismo presente nas formas de apropriação da cultura mineira.

Elizabete Maria Espíndola e João Marcos Alexandre propõem a compreensão dos modos como se deram, no século XIX, as mudanças em cidades pequenas do interior causadas pelo grande contingente de imigrantes e processo de industrialização no país. Para isso, em “Histórias, Memórias e Resistências na construção de um espaço pelos trabalhadores rurais nas décadas de 70 e 80 na cidade de Bueno Brandão (MG)”, analisam as experiências de trabalhadores da cidade de Bueno Brandão, no sul de Minas Gerais.

O emprego das fotografias no processo de reconstrução da história da cidade e seus espaços públicos é o que nos trazem José Roberto Gonçalves e Wilker Cardoso Rodrigues, em “A fotografia como registro das transformações da paisagem urbana de Pouso Alegre (MG)”, ressaltando a importância da fotografia como fonte de informação para a pesquisa histórica.

Um excelente exemplar de como podemos pensar o espaço urbano como lugar de manifestação de vida, condição, meio e produto das relações sociais é o texto “Do planejamento urbano normativo ao estratégico. A cidade de Santos (SP) tornada mercadoria”, de Felipe Comitre e Silvia Aparecida Guarnieri Ortigoza, no qual atentam para o fato de que novas formas de governança vão conferindo ao espaço novas formas de produção, consumo e reprodução das relações sociais.

A forma como as políticas de higienização/embelezamento urbano das cidades se articulam com o ideal do progresso é a questão central de Ana Eugênia Nunes de Andrade e Juliana Coutinho Martines, em “Do apogeu à demolição: Cadeia Pública Estadual de Pouso Alegre (MG)”, texto no qual as autoras analisam o apagamento dos conflitos gerados a partir das demolições de construções que impediam o alargamento da principal avenida da cidade de Pouso Alegre, MG.

André Silva Barbosa e Alexandre Carvalho de Andrade, no texto “Problema de quem? Populações de rua em Pouso Alegre (MG)” promovem uma rica reflexão sobre a relação conflituosa entre as populações de rua, tomadas, de um lado, como aquelas compostas por sujeitos em desacordo com as práticas ideais estabelecidas, e, de outro lado, as instituições, tanto públicas quanto privadas, que trabalham no sentido de manter as relações de produção capitalistas.

Um olhar atento e minucioso em direção aos catadores de rua da cidade de Santo André, SP, procurando problematizar seus modos de existência e suas estratégias de lutas a partir da forma como são referenciados, é o que nos traz José Amilton de Souza, em “A arte de dizer e de territorializar a cidade”.

Alexandre Carvalho de Andrade e Miller Augusto Costa Araújo fazem em “Cachoeira de Minas, uma pequena cidade no contexto regional” um detalhado relato das transformações urbanas ocorridas na cidade de Cachoeira de Minas, MG, a partir dos anos 70 do século vinte, pensando espaço e sociedade como elementos que se transformam.

Em “A atuação das empresas de transporte intermunicipal de passageiros no estado de São Paulo sob uma perspectiva geográfica”, Enéas Rente Ferreira e Vinícius Polzin Druciaki partem da observação de que a constituição de territórios econômicos se dá a partir da constituição de espaços por relações de poder, onde tem especial relevância o transporte intermunicipal de passageiros. Dentro disso, propõem uma discussão sobre a relação “Estado x Empresas”, com foco nos processos de expansão da iniciativa privada.

Tendo como tema central a antiga Estação Ferroviária de Pouso Alegre, MG, Ana Eugênia Nunes de Andrade e Daniel Aparecido da Costa, partem para a compreensão dos processos de (re) significação do espaço público, no texto intitulado “Os diferentes usos da Estação Ferroviária de Pouso Alegre/MG”. Para os autores, há sempre um trabalho de reorganização dos sentidos em função dos conflitos, da ideologia e da resistência frente às práticas políticas.

Em “A cidade de Santa Rita do Sapucaí (MG) e suas relações de poder”, Diego Miranda Natali apresenta-nos, através de um extenso trabalho historiográfico, os modos como ações de caráter político/ideológico no espaço urbano determinam e legitimam o fortalecimento de uma elite numa pequena cidade.

O entrelaçamento entre a história de vida de Luzia Rennó Moreira e a construção de uma memória em torno do personagem “Sinhá Moreira”, produz em “Sinhá Moreira: feminismo e influência política em Santa Rita do Sapucaí (MG)”, de Juliano Hiroshi Ikeda Ishimura e Cleide Aparecida Alvim Martins, um belo caminho para a compreensão de como a institucionalização de personalidades se dá através dos acontecimentos e dizeres que vêm pela história.

No último texto, intitulado “Conta dentro de seus muros 69 fogos, e no seu districto para mais de 540 fogos: a construção de uma memória sobre a cidade de Conceição dos Ouros (MG)”, Viviane Tamiris Pereira e Elizabete Maria Espindola dissertam sobre a história da cidade de Conceição dos Ouros, MG, tendo como referência a historia da família Motta Paes que, pela análise das autoras, corrobora para o processo de construção de referenciais identitários para a cidade.

O percurso de leitura permitido por todas as reflexões sobre a cidade e o espaço público aqui apresentadas e que passam por diferentes campos teóricos, certamente possibilita ao leitor um exame de como podemos compreender os modos de constituição e legitimação dos ambientes citadinos. Para mim, como pesquisador interessado também nos processos pelos quais se estruturam discursos sobre a cidade e os sujeitos que nelas se relacionam, considero um excelente trabalho de organização que em muito poderá auxiliar interessados e pesquisadores de diferentes áreas, sobretudo aqueles que procuram compreender as condições materiais de produção dos ambientes nos quais vivemos.

Prof. Guilherme Carrozza

Univás

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

DINÂMICAS DA CIDADE: O MERCADO MUNICIPAL DE POUSO ALEGRE/MG (1970-2004)

FERNANDO HENRIQUE DO VALE
Universidade do Vale do Sapucaí/ Pouso Alegre/MG

ANA EUGÊNIA NUNES DE ANDRADE
Universidade do Vale do Sapucaí/ Pouso Alegre/MG; Pontifícia Universidade Católica/SP 

Resumo. No artigo indagamos o crescimento da cidade com a vinda de indústrias e novas tecnologias. Há um aumento populacional significativo, transformando assim as dinâmicas dos sujeitos sociais. Os discursos dos políticos enfatizam os aspectos econômicos. O Mercado passa por outra reforma, chamando a atenção de turistas e dos moradores da região. Com isso, as práticas culturais acabam sendo sufocadas em virtude de outros investimentos e interesses políticos, sendo que algumas ainda mantêm-se vivas em resistência às novas tendências do comércio.

Palavras-Chave: Industrialização. Mercado. Políticas Públicas.

A década de 70 fora marcada por mudanças no Brasil. Ao mesmo tempo em que a Ditadura Militar se tornava mais severa, através de repressões ditadas pelos Atos Institucionais. Os movimentos sociais lutaram pelo fim do regime, que começa a perder força nos anos 80. Industrialização e modernização são os artífices que os militares irão utilizar para tentar minimizar os atos de seus poderes discricionários e repressivos.
No campo da industrialização, durante o período do suposto “Milagre Econômico”, foram investidas nas cidades verbas para a criação e construção de pólos industriais. As pessoas começaram a sair do campo e as cidades “incharam, crescendo desordenadamente para o alto e para os lados” (HABERT, 2001, p 72). Porém, o denominado milagre não favoreceu a todos, sendo que a maior concentração de riqueza permaneceu nas mãos de poucos, e antes mesmo do final dos anos 70, é apresentado seu resultado:

A conta do “milagre” seria apresentada antes do final dos anos 70. O crescimento acelerado e dependente de poupança estrangeira fez a dívida externa triplicar naquele momento. No início os juros eram baixos. Os contratos, no entanto, previam taxas flutuantes. Quando elas subiram, a dívida externa disparou e, nos anos 80, tornou-se o principal problema da economia brasileira (PILAGALLO, 2004, p.77).

Neste contexto, a cidade de Pouso Alegre aos poucos vai crescendo economicamente. Ao mesmo tempo em que a cidade sofre um esvaziamento populacional, são instaladas as primeiras grandes empresas. De acordo com o censo desta época, a população era estimada em 38.072 habitantes. Assim como as demais cidades, “Pouso Alegre sofreu considerável esvaziamento populacional em virtude das correntes migratórias que demandavam São Paulo e Rio de Janeiro” (ARAÚJO, 2012, p. 28), tendo em vista que nas décadas anteriores havia taxa de crescimento populacional razoável, o que contribuiu para o sistema de urbanização. O processo de industrialização é “há um século e meio, o motor das transformações da sociedade” (LEFEBVRE, 2001, p. 11).
Ao vivenciar o contexto da industrialização, com a instalação de empresas, algumas multinacionais, e a criação de um Distrito Industrial para abrigá-las, notamos a vinda de pessoas de outras regiões, gerando um aumento populacional e, o espaço urbano, começa a assumir novos aspectos tanto paisagísticos, quanto até mesmo nas organizações políticas.
Nesta mesma época, são instaladas as primeiras grandes indústrias em Pouso Alegre, na administração do Dr. Breno José de Carvalho Coutinho[1] (ARENA). Começa-se a pensar na implantação de um “Distrito Industrial”, conseguindo a “inclusão como Pólo de Desenvolvimento junto a Companhia de Distritos Industriais” [2]. O governo estadual libera “financiamentos em longo prazo, para a aquisição de áreas” [3]. Já se faziam presentes a seguintes empresas: Refinações de Milho Brasil: indústria voltada para a produção dos derivados de milho (maisena, óleo, Maionese, etc; Campo Belo S/A: Produtores de doces de uma variedade de frutas, para consumo interno e exportação; Arcaro S/A: Produção de rodas. 
Entre as citadas, no discurso proferido pelo prefeito, encontramos outras indústrias que se instalariam com o apoio das propostas oferecidas pelo governo e pela cidade, como leis de incentivos fiscais, visitas feitas às indústrias e áreas cedidas aos empresários.
A cidade se movimenta e aos poucos suas dinâmicas vão se transformando. Já no final da década de 70, iniciam-se as obras de desvio do leito do Rio Mandu, para a implantação da futura Avenida Perimetral sendo concluída nos anos 80. Esta obra tida pelos políticos como monumental, por muitos foi criticada. 
Em “O Jornal da Cidade” nos deparamos com a seguinte notícia: “E, o velho Mandu está aterrado”. A princípio subentende-se que o veículo impresso criticaria a administração pela obra que estava sendo executada. No decorrer da matéria, focaliza-se o “aterro do velho Rio Mandu que foi desviado para que uma nova e magnífica avenida”[4] surgisse para aliviar a movimentação da região central da cidade. O que nos chama atenção no decorrer da notícia é que o jornal afirma sobre uma suposta valorização que o bairro São Geraldo estaria por receber com estas reformas. O que na realidade estaria muito longe de acontecer, por ser sempre propagada pela imprensa como uma região periférica e carente da cidade, por possuir vários problemas, entre eles a enchente. A obra do desvio do rio para a construção da Avenida Perimetral “acompanhando o progresso do populoso Bairro do Aterrado, junto à grande Avenida Vereador Antônio da Costa Rios (...) compreende o novo plano revolucionário” [5]. Este era o discurso do prefeito João Batista Rosa [6] (PFL), no intuito de favorecer o centro da cidade e de se promover na carreira política.
Com o abalo do Milagre Econômico a as eleições indiretas de João Batista de Figueiredo, o último militar no poder, a Ditadura vai decaindo e o Brasil retorna à democracia. Protestos como a Diretas Já tentam eleger representantes do povo de forma direta e não como estava ocorrendo no governo militar. Percebemos também na década de 80 que as atenções dos políticos estariam se voltando para a industrialização e o desenvolvimento de Pouso Alegre, no sentido também de construir sua carreira e deixar marcas de suas administrações na cidade.
A década de 80, em Pouso Alegre, se marca pela utilização da imagem de uma cidade próspera em obras, realizações e a vinda de novas indústrias multinacionais como no caso da Brasinca Ind. S/A, Sobral Invicta S/A e Latasa (Reynolds Metaes Company). Já no final desta década, a “população da cidade é calculada em 83.000 habitantes com uma população flutuante de 30.000 pessoas”. (ARAÚJO, 2012, p. 28).  
Com a chegada dos anos 90, o Brasil passa a viver o governo de seu primeiro presidente eleito de forma direta depois dos anos ditatoriais. Contudo, Fernando Collor de Melo, após dois anos no poder, sofre impeachment através de denúncias de irregularidades em seu governo. Assume o cargo, então, Itamar Franco, e em seu governo, em 1994, é colocado em prática o Plano Real desenvolvido pelo Ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso. Devido ao sucesso deste plano, Cardoso é eleito presidente e permanece por dois mandatos, sendo reeleito em 1998 no primeiro turno. Durante este período, percebemos que governo se voltará para os aspectos econômicos, através de privatizações e a “garantia da estabilidade com juros elevados (...) mantida pelo seu sucessor, o presidente Lula”. (PILAGALLO, 2006, p. 88).
Diante de um aumento de fluxo populacional, visando também à necessidade da entrada e saída de pessoas da cidade, no início da década de 90, é inaugurado o novo Terminal Rodoviário e são iniciadas as obras de duplicação da Rodovia Fernão Dias, obras que atrairão mais pessoas para a cidade.
Ao iniciar o seu mandado, no ano de 1989, em uma coletiva feita pela imprensa, publicada pelo jornal O Município, pertencente ao executivo, o então prefeito Jair Siqueira[7] (PFL), ressalta a importância de estar em contato com a população. Contudo nos chama atenção quando se refere que “a sua maior obra é mudar a mentalidade, as ideias, para que se possam promover mudanças” [8]. Mediante a mudança de mentalidade, Jair ilude a população com seus grandes projetos de transformação e melhorias para a cidade. Porém, suas intenções seriam demarcar espaços e construir sua carreira política.
Através do balanço de seu primeiro ano de governo, o prefeito Jair Siqueira, no Jornal Tribuna Sul Mineira, aborda vários assuntos relativos ao município, destacando a questão do Plano Diretor da cidade e o Mercado Municipal.
Sendo aprovado em 1988, o prefeito buscou aplicá-lo já no início de sua administração. Contudo, o artigo que se refere ao “uso e ocupação do solo, segundo Siqueira, tornou-se inviável ao desenvolvimento do plano, que é um conjunto de leis que estabelece regras para o crescimento da cidade” [9]. Ao ler a coluna do jornal Tribuna Sul Mineira, percebemos que algumas prerrogativas do Plano não estavam em sintonia com o pensamento do atual prefeito, um olhar empreendedorista da cidade.
Com esta visão, o prefeito Jair Siqueira aponta as “Novas Idéias para o Mercado”. Em uma tentativa de mudar o local do Mercado, ele já dava seus primeiros passos para uma remodelação do centro da cidade. Neste sentido, ele utiliza de argumentos que iriam favorecer principalmente os comerciantes mais pobres, tendo em vista que suas intenções eram outras. O projeto, segundo Jair, “tinha-se a idéia de construir outro mercado com a participação dos atuais ocupantes dos boxes do atual” [10].
Com este projeto, os comerciantes não seriam mais permissionários e sim passariam a ser proprietários e a Prefeitura entraria com o terreno, recebendo “um percentual das lojas existentes e com essa verba os comerciantes mais pobres também teriam condições de adquirir um espaço no Mercado, através da ajuda de outros lojistas” [11]. Ao encerrar a matéria, o prefeito apresenta uma nova proposta em que consiste obter “uma licença do Governo Federal daquele armazém onde antigamente estava a Âncora Verlon e dali criar o novo Mercado” [12].
A proposta de mudança do local do Mercado ficou apenas no papel, o prefeito irá retomar a discussão no próximo mandato. Os permissionários se colocam contrários a derrubada do prédio e mais uma vez embora permeado pelos conflitos e disputas sociais, a edificação permanece instalada na área central da cidade desde o século XIX.
O segundo mandato (1993-1997) de João Batista Rosa (PFL) é marcado pelas grandes obras, frutos de um pensamento desenvolvimentista desta época. As vindas de novas indústrias e as execuções das obras da duplicação da Rodovia Fernão Dias deram continuidade ao processo de crescimento populacional, aglomerando-se na denominada região Sul da cidade. Em seu mandato também é construído e inaugurado o Estádio Municipal “Manduzão” o que seria considerado por muitos um elefante branco construído com o dinheiro público. Com seu olhar voltado para realizações que considerava de maior importância, o prefeito João Rosa procurava deixar um rastro de desenvolvimento, e assim como outros políticos que passaram pelo executivo em Pouso Alegre, procurou aproveitar dos momentos da política local para aos poucos traçando sua imagem para o cenário estadual e federal.
Aproximando-se o ano eleitoral, os adversários começam a levantar criticas ao governo em exercício. Uma delas torna-se percebida através do discurso higienista, que volta a ser discutido nessa época através da matéria “Transporte de carne ainda causa transtorno”. O alvo seria os “mangarefes” [13], que ao realizarem seus serviços de transporte de carnes, não conseguem muitas vezes desviar dos consumidores.
Outro problema detectado pelo jornal Sul das Geraes é que “a carne levada nas costas chega aos supermercados, açougues e mercado exposta a todo tipo de poeira, vento e sol” [14], prática considerada pelas pessoas como falta de asseio e higiene. Para muitos “a carne deveria ser transportada, embalada e não exposta como acontece nos dias de hoje” [15]. A mentalidade higienista impera no discurso da imprensa, o periódico aliado ao empresário e político Jair Siqueira ataca o adversário João Batista Rosa, criticando a gestão do atual prefeito frente  a falta de higiene com o transporte de carne na cidade, enfatizando na matéria o Mercado Municipal.
O jornal como porta-voz da sociedade sugere que “no Mercado Municipal a entrada para o carregamento de carne seja feito ao lado dos açougues, local este ocupado hoje por uma pastelaria que poderia ser transferida para outro ponto”[16] para facilitar o transporte das carnes e como também se evidencia na crítica sendo “possível evitar que a maioria dos fregueses do mercado acabe saindo constantemente com as roupas sujas de carne”[17] e para estabelecer também uma ordem no espaço urbano, tanto no quesito de movimento, quanto aos aspectos estéticos. Na visão dos açougues e outros estabelecimentos que comercializam a carne:

ela poderia vir embalada adequadamente em sacos plásticos, evitando ficar exposto ao tempo. Para ser contaminada por bactérias e vírus existentes no ar e na carne precisa apenas de exposição, por menor que seja [18].

Segundo a notícia veiculada no jornal Sul das Geraes, notamos que a maior preocupação das pessoas é com os riscos de contaminação. A imprensa chama a atenção das autoridades políticas para a questão da movimentação dos trabalhadores naquele espaço, no sentido de incomodar a população que por ali circula. No jornal estão expressas as forças enunciativas da instituição jornalística, que se apresenta como a voz da sociedade civil e ao mesmo tempo forças ideológicas de políticas adversárias, influenciando por diversas vezes no pensamento do ser humano. Torna-se claro que através desta matéria, o adversário político do prefeito Rosinha, frente a uma realidade vivida, apontaria os pontos fracos desta administração, prestes a se encerrar.
Em sua segunda gestão (1997-2000), o Prefeito Jair Siqueira (PPB) novamente ressalta seus planos de remodelar o centro de Pouso Alegre. No início do mandato, o jornal o Bandeirante publica o artigo “O Mercado está com os dias contados”. De acordo com o projeto do novo prédio as instalações deveriam ser transferidas para a “Avenida Perimetral, próximo a rotatória que dá acesso para o bairro São Geraldo (...) tendo mais movimento dos consumidores devido a sua localização” [19].
O poder público tenta convencer a população através de materias publicadas na imprensa que, com a construção de um novo prédio, as condições seriam mais funcionais e práticas para os trabalhadores e consumidores. O jornal levanta a questão patrimonial, quando enfatiza que Pouso Alegre tem poucos prédios ou lugares que marcam a sua história. O secretário de Infra-estrutura, Antonio Célio Rios, justifica  que “o Mercado já foi alterado, que o prédio não é o mesmo, tendo perdido muito de suas características”[20].  O espaço se torna um ponto marcante para a cidade. Ao se pensar na preservação desses espaços, devemos

Trazer a relação entre a cidade e a cultura como trabalho de muitos na constituição dos espaços e territórios urbanos, compreendendo que são as relações sociais desenvolvida na cidade que em última análise acabam por definir e delinear a paisagem urbana, a imagem da cidade. Ao mesmo tempo em que buscar essas imagens como impregnadas das memórias e de significações que se constroem, mas que também se modificam pelas experiências e vivências sociais posteriores, exprimindo diferentes temporalidades. Assim captar nessas relações instituídas, o entendimento de modos de viver, de morar, de lutar, de se divertir dos diferentes moradores, que com suas ações estão impregnando e constituindo a sua cultura urbana.  (FENELON, 1999, p. 6).

Ao observar este cuidado que as pessoas têm com o espaço, percebemos a forte relação que elas mantêm com a cidade, seus laços de pertencimento.  Isso nos permite refletir sobre a relação da cidade, seus espaços com seus moradores ou frequentadores tomando aquele espaço através de suas “(...) significações e nos atos de lembrar/viver (...) revelam a cidade nos sentimentos de pertencimento articulados aos territórios de suas vivências e experiências sociais”. (CALVO, 2006, p. 65).  
Na visão dos políticos, a ideia da mudança daquele espaço consistia em “tirar o grande fluxo de veículos do centro, principalmente da área do Mercado Municipal e Catedral” [21]. Como veremos as intenções eram outras. Ao continuar lendo a matéria, nos chama a atenção o fato de o prefeito Jair Siqueira estar pensando em reformular a Praça Senador José Bento, “através de um projeto que a tornaria um calçadão, do tipo Boulevard” [22].
Estas obras fariam parte de um grande plano que o prefeito estaria colocando em pauta para que seu nome se projetasse cada vez mais politicamente e que pudesse se perpetuar na cidade. Apenas a desapropriação de imóveis na Praça Senador Amaral para o alargamento da avenida fora realizada, mesmo contrariando as pessoas que residiam ou mantinham seus pontos comerciais naquele espaço, fazendo com que a Doutor Lisboa ficasse maior e melhor para o trânsito. Ao terminar a matéria, o jornal Bandeirante passa a afirmar que “com as novas obras, a Prefeitura pretende ter um anel viário em Pouso Alegre, ligando as vias de maior movimento, de todas as direções da cidade. É a cidade do ano dois mil” [23].
Aproveitando da situação, o então prefeito procura associar sua imagem com o novo milênio, procurando ressaltar em seu discurso um ciclo de desenvolvimento que levaria a cidade a abraçar o futuro. Com a leitura desta noticia, percebemos que a cidade, na visão de Jair Siqueira, neste momento, se resumiria apenas ao centro, pois as grandes obras do ano dois mil estariam sendo realizadas naquela região, favorecendo assim o espaço econômico e político, onde se concentram o comércio, os bancos, os poderes que regem a cidade e as famílias tradicionais. 
Contrariando a ideia do novo milênio, o cronista Urias de Paiva Neto publica na mesma edição uma coluna opinativa demonstrando sua insatisfação em nome da população de Pouso Alegre. As críticas se dirigem ao prefeito Jair Siqueira e aos seus projetos de reformular o centro da cidade. Em “Outra vez o Mercado”, Urias abre a discussão sobre a nova investida do executivo, em relação ao “prédio do Mercado Municipal, sua localização, tido por ele como inconveniente e prejudicial à circulação de veículos por ali, para configurar sua obsessão em fazer uma praça no lugar” [24].  Esta obsessão a que se refere parte no desejo do administrador em deixar marcas, “trazendo a intenção de serem lembradas pela sua ostentosidade, para com isso, marcarem, para a posteridade, a figura de sua pessoa, tal qual um Nabucodonosor[25], que marcava tudo em seu reino: ‘Eu sou Nabucodonosor’”[26]. Em um tom de ironia, Urias utiliza do espaço jornalístico para colocar seu ponto de vista sobre a questão, que na época, era a opinião de muitos pousoalegrenses que tinham com aquele espaço laços de pertencimento.
Ao se tratar diretamente do Mercado Municipal, o cronista aponta para a questão de enormes gastos em relação à construção de um novo prédio sem trazer nenhum benefício para os tradicionais mercadores, que certamente “não vão se arriscar em uma aventura só por que o Prefeito quer aparecer”. E, ainda, aponta que órgãos públicos como a Câmara Municipal “poderá ter uma responsabilidade muito grande em tal decisão, que ao se concretizar, será um Mercado às moscas, morto, sem movimento e nem como tal poderá ser tido” [27].
Ao falar da movimentação, Urias nos chama atenção para o fato de que a descentralização deste ponto de encontro de sociabilidade ocasionaria a perda de frequentadores, que muitas das vezes estando no centro, param ali para conversar ou comprar alguma coisa. Ao encerrar suas críticas, nos deixa claro que a “praça dos sonhos do prefeito” será apenas uma nesga[28] de terrenos, sendo a “continuidade do que existe na Praça Duque de Caxias e será ocupada por barracas, tendas de pequenos comércio, as de lanche inclusive: será a continuidade da feiúra da praça existente”[29]. Entretanto, o prefeito e sua administração deveriam dar atenção a outros problemas existentes na cidade, como ruas esburacadas, calçamentos antigos, tratamento de esgoto entre outras. “Isso não marca administração; obras faraônicas, sim e faz lembrar um velho ditado e aplicável: Pouso Alegre, ‘por fora, bela viola, por dentro, pão bolorento” [30].
A preocupação, neste sentido, seria mais uma vez com o embelezamento e aspectos funcionais da região central da cidade, sendo que as outras regiões, principalmente, as periféricas, necessitavam de obras e de uma maior atenção. Enquanto isso, imagem do centro se torna mais uma vez o cartão postal de toda a cidade.
 Os planos da retirada do prédio do Mercado Municipal do centro da cidade irão perpassar o ano 2000, até os últimos dias do segundo mandato de Jair Siqueira. O perfil do político é traçado pelo Jornal “O Progresso”: “Não é um homem popular. Não é visto nos bairros mais humildes. Não se vê o prefeito andando pelas ruas da cidade (...) [31] nos passando a ideia, neste trecho, que o representante da cidade não conhece as necessidades do povo e do espaço, por não estar em contato direto com a cidade. Apenas estar exercendo uma função de seu trabalho.
Nos primeiros meses do ano 2000, de uma vez por todas, os comerciantes desaprovam a mudança do prédio. Conforme noticiado no jornal “O Tempo de Pouso Alegre”, favorável ao candidato Enéas Chiarinni (PMDB), que circulou apenas no período das eleições municipais, a provável localização do Mercado se torna rejeitada pela maioria dos comerciantes que estavam revoltados com a possível mudança para um local afastado do centro da cidade.
Este novo endereço “teria suas proximidades da Avenida Dique, local que, segundo os comerciantes, sofre inundações com as chuvas e dificulta o acesso aos clientes necessitando de condução” [32], e se as vendas estavam fracas na época, ficariam ainda piores com a dificuldade de acesso. Apesar de estarem em dia com as taxas municipais, os comerciantes e o próprio prédio necessitam de mais atenção do governo público, visto não terem, pois o prédio sempre foi objeto de outros interesses. 

A população que mais sofre com este déficit de planejamento urbano é a de menor poder aquisitivo, pois, na sociedade capitalista, como não poderia ser diferente, o espaço urbano é considerado uma mercadoria, e neste caso possui um valor de troca. (ANDRADE, 2012, p. 4).

O espaço do Mercado Municipal, a partir da administração de Enéas Chiarini[33], passará a assumir outro sentido. Já não se falará mais de remoção do prédio, e sim, em valorização daquele lugar, como patrimônio da cidade voltado ao turismo, confirmando assim que “preserva-se em atendimento às exigências do turismo, a grande indústria moderna que maneja quantias incríveis (...) definidoras de peculiaridades regionais aptas a estar sempre despertando a curiosidade (...)” (LEMOS, 1985, p. 30) dos visitantes. O interesse se estabelece através da economia local assim ligada ao comércio, que se dá através das pessoas, “suas tradições e costumes do dia-a-dia; em seu patrimônio; nos produtos de sua cultura material e imaterial”. (YAZIGI, 2009, p. 13).
Nos primeiros dias de seu mandato, Enéas, através do Jornal “Gente em Ação”, expõe “Novos Projetos para melhorar o ‘Mercadão’”. Em seu projeto, visa a atração de turistas pela diversidade de artigos vendidos no local. Segundo ele, “é projeto nosso valorizar o Mercado Municipal, deixando-o mais agradável para todos que dele se utilizam” [34].
Diferentemente da administração anterior, preocupada com aspectos urbanísticos e estruturais da cidade, esta visava uma política de cunho econômico. Ao reformar o Mercado, ao torná-lo um ponto atrativo para as pessoas e os turistas, o comércio iria se fortalecer e a cidade estaria caminhando aos poucos ao sistema turístico. O Jornal Gente em Ação ainda ressalta que os turistas buscam adquirir, no Mercado, o artesanato, produtos comestíveis, e também artigos como fumo de rolo, palha, esponja de bucha, varas de pesca e outros.
Com intuito de receber melhor o turista, assim afirmava o secretário de Agricultura e Abastecimento da época, Walter Modesto, que “estão previstas obras como reforma de sanitários, troca de pisos, pintura do prédio e revisão de toda a parte elétrica” [35]. Estas seriam estratégias de marketing, ou seja, táticas para atrair as pessoas para o espaço. Um dos comerciantes, em depoimento ao “Jornal do Estado”, afirma que “as vendas deste ano cresceram em média 30%, em relação a 2002” [36] sendo que os principais consumidores são turistas vindos do estado de São Paulo em busca de queijos e doces caseiros. Neste sentido, percebemos que o turismo

(...) acompanha as transformações do fenômeno capitalista. Nas últimas décadas, a busca pela qualidade de vida, pelo prazer, pela sensação de liberdade, pela valorização das diferenças culturais que caracterizam o “estilo de vida” da sociedade vem desencadeando profundas mudanças nas práticas tradicionais do turismo. (SOUZA, 2005, p. 54-55).

Se antes tínhamos um turismo mais voltado para praias, montanhas, lugares exóticos, hoje          percebemos que as pessoas dos grandes centros são atraídas para as cidades do interior, onde encontram fugas do movimento frenético da cidade grande. Acompanhado dessa busca de descanso, está à busca pela cultura e as práticas daquele determinado lugar, ou seja, produtos artesanais e alimentícios. No caso da cidade de Pouso Alegre, tais produtos são encontrados no Mercado Municipal, onde as práticas e o comércio são passados de pais para filhos.
Com a ideia de se revitalizar o prédio do Mercado Municipal, dando aspectos modernos ao mesmo, surge em conjunto a concepção de um novo shopping para Pouso Alegre. Assim era estampado nas páginas do “Jornal do Estado” no início do ano de 2004: “O Mercado Municipal de Pouso Alegre, em breve, um novo shopping para o Sul de Minas, com arquitetura Moderna, aplicação de materiais de última geração e alta tecnologia” [37].  As valorizações deste espaço e de suas práticas culturais como um bem patrimonial da cidade se tornam objetos de puro interesse desta administração. A revitalização do prédio nos leva a entender que

(...) os monumentos e o patrimônio histórico adquirem uma dupla função- obras que propiciam saber e prazer, postas à disposição de todos; mas também produtos culturais, fabricados, empacotados e distribuídos para serem consumidos. (CHOAY, 2001, p. 210). 

Neste período, perceberemos assim os jogos de interesses da administração pública, da empresa responsável pelas obras do prédio e do órgão de imprensa que veiculará as propagandas do projeto Mercado como um novo Shopping para Pouso Alegre sendo de propriedade da família Foch, um grupo de construtores e diretores do referido órgão impresso da cidade.
No decorrer da reforma, o secretário de Planejamento Urbano da época, arquiteto Ricardo Galvão Lima, é entrevistado pelo “Jornal do Estado” avaliando as obras do Mercado. Neste momento, se refere ao prazo de entrega da revitalização e aborda os benefícios que as obras trariam para a cidade. Segundo Galvão, “as reformas visam além da melhoria da qualidade dos serviços prestados nesse espaço público, a preservação da memória cultural que o Mercado simboliza na evolução histórica da cidade” [38], e que classificar um edifício público como Patrimônio Histórico “não se refere apenas à sua arquitetura, mas também à sua importância como referencial para a população” [39]. E, mesmo sendo, muitas vezes taxado como “atrasado, acanhado, debilitado, feio, sujo, inconveniente, se mantém vivo e ativo no centro da cidade” [40]. Através destas afirmações, percebemos outro jogo de interesse da administração vigente: manter o prédio no mesmo espaço. Mesmo que não tenha sido tombado oficialmente como Patrimônio Histórico e Cultural da cidade, estreitou laços de pertencimento na vida da cidade e na vida daqueles que ali residem.
O arquiteto também critica a administração passada através do “projeto de construção do Novo Mercado Municipal” nas imediações da Avenida Perimetral. Em sua concepção, foi “desenvolvido por pessoas sem nenhuma formação técnica ou acadêmica” fazendo parte de projetos que foram engavetados, e sim “obras criminosas, heranças deixadas para a atual administração” [41]. As críticas apresentadas pelo engenheiro à administração passada vêm a reforçar ou promover à atual, tendo em vista a continuação no poder. Outro veículo impresso de Pouso Alegre irá publicar uma matéria mostrando outro lado deste período da reforma. A chamada “Reforma do Mercado Municipal gera polêmica: a obra divide os comerciantes e já causou até brigas entre donos de jornais”. Tomamos conhecimento da divergência de opiniões na cidade entre a demolição do prédio e a reforma do mesmo. São duas linhas políticas que ainda atuam fortemente na cidade, dividindo assim até mesmo a população. Porém, o que mais chama atenção neste mesmo artigo é a discussão dos donos de dois jornais da cidade, “O Bandeirante, Stella Cobra, e o Jornal do Estado, Sebastião Foch, também proprietário da empreiteira ‘Real Minas’, que realiza a obra” [42]. Segundo a matéria, Stella Cobra fazia uma matéria jornalística sobre os trabalhos no local, quando foi abordada por Foch que passou a xingá-la. O caso foi registrado na delegacia. Os dois não quiseram falar sobre o assunto. Através do ocorrido, percebemos a rivalidade política entre os donos dos dois órgãos impressos como também o monopólio do “Jornal do Estado” em noticiar aquilo que estavam construindo como também o projeto que desejam implantar na cidade.
Os efeitos da reforma alteraram totalmente seus aspectos externos, “buscando trazer elementos fundamentais dos dois antigos prédios trazendo elementos marcantes e característicos de sua arquitetura” (MELLO, 2011, p. 38) em um tom pós-moderno. Notamos a presença de azulejos em todo seu entorno, principalmente acompanhando as janelas grandes voltadas para praça central, dando assim um aspecto moderno chamando atenção daqueles que por ali passam. Neste sentido,

A sociedade capitalista se apresenta como sociedade do espetáculo, tal qual definiu Debord. Importa mais do que tudo a imagem, a aparência, a exibição. A ostentação do consumo vale mais que o próprio consumo. O reino do capital fictício atinge o máximo de amplitude ao exigir que a vida se torne ficção da vida. A alienação do ser toma o lugar do próprio ser. A aparência se impõe por cima da existência. Parecer é mais importante que ser. (GORENDER, 1999, p. 125).

No interior do Mercado, percebemos que as práticas sociais que sempre estiveram presentes continuam sobrevivendo ao novo e ao moderno que aos poucos vai se instalando. O que nos chama a atenção é a variedade de produtos que compartilham o mesmo espaço em boxes ou estabelecimentos comerciais passando de geração em geração. Isso se dá através do hibridismo (CANCLINI, 2006, p. 283-350), ou seja, através da relação de uma cultura com a outra e, também, com a mescla, cujo encontro resulta de várias culturas, gera uma fusão, interagindo em um mesmo espaço. Trata-se também de uma forma de sobrevivência.

Mesmo quando o grupo passa por um processo de transformação, ele se adapta a nova situação guardando seus costumes tradicionais, sem adotar costumes que poderiam ser compartilhados com elementos de outros grupos, ou dos grupos com que passam a estar em contato. (COHEN , 1974, p. 124).

Mesmo com as rápidas mudanças que o mundo vem sofrendo através, dos avanços tecnológicos, há uma grande procura por produtos artesanais e até mesmo caseiros, como meros objetos destinados para enfeites ou até mesmo para aguçar o paladar. Atualmente, 70% dos boxes que se encontram no espaço do Mercado Municipal são destinados à alimentação, um restaurante que serve almoço diariamente, como também alguns bares ou butecos que servem vários tira-gostos como torresmo, chouriço, pé de porco, joellho, costela de boi, peixe frito e o tradicional pastel de farinha de milho.
Entre queijos de diversos tipos e marcas, encontram-se cachaças artesanais e industriais, diversos tipos de molhos de pimenta, doces caseiros e pasta ou grandes barras de goiabada cascão, bolachas de nata, gêneros que muitas vezes não são encontrados em supermercados. Além do comércio gastronômico, encontramos grande variedade em frutas, legumes e verduras que são vendidos diariamente, de domingo a domingo. Chama-nos a atenção também a presença de dois boxes destinados à venda de produtos para umbanda. Nele podem ser encontradas imagens, velas de diversas cores, incensos, rituais entre outros. Divide seu espaço com a venda de fogos de artifícios e uma tabacaria variada. Nela são vendidos também cachimbos, fumo de corda e os tradicionais cigarros de palha, produzidos em Pouso Alegre e em outras regiões.
Com a última revitalização do prédio, surgem práticas comerciais voltadas para a questão do turismo. A imagem, no entanto, se torna de suma importância para a divulgação de um espaço e seu produto, principalmente, quando a tendência é torná-lo turístico.  No interior do Mercado, notaremos certos aspectos que nos dão a ideia de um shopping.
Em 2004, o Jornal do Estado enfocará o “Projeto Mercashopping”, ação esta proposta pela Prefeitura Municipal em parceria com o Clube de Vendas e com fundo publicitário da empresa do mesmo Jornal. Neste intuito, o jornal realizou algumas reportagens sobre a inovação feita no Mercado que contribuiu para ser uma atração turística da cidade.
Segundo informações do artigo feito, “os comerciantes estão motivados com o aumento das vendas após a revitalização do prédio, que corresponde de 30 a 50% (...) contribuindo com a lucratividade dos lojistas” [43] e também com a da classe empresarial interessada, ganhando mais que os próprios donos dos estabelecimentos. O planejamento consistiria também em parceria com alguns hotéis da cidade, trabalhando para a “atração de turistas, como é o caso do Hotel Maracanã, que contrata o trenzinho da alegria para levarem os visitantes a conhecerem a cidade e principalmente o Mercado” [44]. A partir disso podemos dizer que o turismo passa a ser

(...) uma atividade que perpassa todas as esferas da sociedade, envolvendo a economia, a educação, os transportes, as comunicações. É um fenômeno com consequências sociais, culturais, políticas que se tornou um direito e um desejo de todos os cidadãos e, como tal objeto de consumo do mundo globalizado. (SOUZA, 2005, p.11).

Levamos em conta também que a atividade turística, além de ser um produto de interesse de alguns, fortalece a imagem da cultura. Todavia contribui para a modificação da paisagem local. Tomamos assim nosso objeto de pesquisa e percebemos que durante o tempo aquele espaço fora modificado.
Durante o desenvolvimento desta pesquisa, pudemos perceber que o crescimento da cidade e o aumento populacional se deram com a instalação de empresas, com a duplicação da Rodovia Fernão Dias. Com este crescimento, espaços foram modificados, muitas vezes contra a vontade daqueles que possuíam um laço de pertencimento com a cidade. Os políticos, através de grandes obras, procuraram deixar suas marcas, muitos tendo a oportunidade de crescerem ainda mais em suas carreiras.
Neste sentido, o Mercado Municipal de Pouso Alegre passa por mais uma revitalização, sendo mais uma vez descaracterizado em função de políticas voltadas para seus interesses próprios. Assumindo a proposta de uma arquitetura moderna, chama a atenção daqueles que passam naquele espaço, principalmente das pessoas que visitam a cidade. Ao entramos no espaço do Mercado, percebemos que algumas práticas culturais assumem uma nova roupagem em virtude do turismo, enquanto outras acabam sendo sufocadas ou até mesmo lutam para se manter vivas perante uma nova dinâmica comercial que aos poucos vai ganhando mais espaço.
A partir das leituras dos jornais, perceberemos discursos voltados para aspectos econômicos e organizacionais da cidade, nos quais cada prefeito buscará deixar sua marca quer seja em obras executadas quer seja em projetos idealizados. A preocupação com a imagem da cidade se torna mais uma vez uma constante, porém, assumindo um novo aspecto, no intuito de inseri-la no cenário nacional priorizando a questão do turismo.
Apesar dos diferentes interesses políticos, o Mercado Municipal permanece no mesmo lugar, até os dias atuais. Podemos considerar neste movimento da história, que o Mercado constitui um bem patrimonial da cidade, mesmo sendo de caráter imaterial[45], constituído pelas práticas, culturas, saberes e viveres que se entrelaçam e formam a identidade e as memórias de Pouso Alegre e região.

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[1]Nascido em Pouso Alegre 13/04/1919, atuou como Prefeito de Pouso Alegre de 31/01/1971 a 31/01/1973. Faleceu em 01/10/2004. 
[2] Discurso do Término de Mandato do Dr. Breno Coutinho, disponível no Acervo do MHMTT.
[3] Idem.
[4] Jornal da Cidade, 01/06/1980, ano I, nº7, p. 03.
[5] Idem.
[6]Nascido em Estiva em 11/06/1933. Atuou como Prefeito em Pouso Alegre nos seguintes mandatos: 31/01/1977 a 13/05/1982, quando se retira para candidatar-se a Deputado Estadual. Retorna a Prefeitura e, 01/01/1993 a 01/01/1997.
[7]Nascido em Paulistas- MG, em 30/06/1936, esteve a frente da cidade em 3 legislaturas: 1989-1992; 1997-2000; 2005-2008. Em 1994 foi Eleito Deputado Federal até o ano de 1996, quando renuncia para disputar as eleições para Prefeito.
[8] O Município, 03/04/1989, ano IV, n°52, capa.
[9] Tribuna Sul Mineira, 16/12/1990, ano I, nº7, p. 03.
[10] Tribuna Sul Mineira, 16/12/1990, ano I, nº7, p. 03.
[11] Idem.
[12] Ibd.
[13]Termo popularmente utilizado ao se referir às pessoas que transportam nas costas as partes dianteiras dos animais abatidos nos matadouros.
[14] Sul das Geraes, 26/07/1996, ano 11, nº654, p.3.
[15]Idem.
[16] Sul das Geraes, 26/07/1996, ano 11, nº654, p.3.
[17] Idem.  
[18] Ibd.
[19] O Bandeirante, 11/10/1997, ano II, nº89, capa.
[20] Idem, p.03
[21] O Bandeirante, 11/10/1997, ano II, nº 89, p. 03.
[22] Idem.
[23] Ibd.
[24] Ibd. 
[25] Foi o quarto rei da Segunda Dinastia de Isin e Quarta Dinastia da Babilônia. Ele governou por 23 anos de acordo com a Lista de Reis da Babilônia, e foi o monarca mais proeminente desta dinastia. Realizou grandes construções deixando sua marca.
[26] Idem.
[27] Ibd.
[28] Pequena porção de terra.
[29] O Bandeirante, 11/10/1997, ano II, nº 89, p. 02.
[30] Idem.
[31] O Progresso, 13/03/1998, ano III, nº114, p. 03.
[32] O Tempo de Pouso Alegre, 07/04/2000, ano 1, nº25, p.09. 
[33]Nascido em Pouso Alegre em 24/11/1946.  Exerceu o cargo de Prefeito durante os anos de 2001 a 2004.
[34]Gente em Ação, 10/08/2001, ano 3, nº97, p.11.
[35]Ibdem.
[36] Jornal do Estado, 28/11/2003, ano 18, nº861, p.11.
[37] Jornal do Estado, 20/02/2004, ano 18, nº872, p. 15.
[38] Jornal do Estado, 20/02/2004, ano 18, nº872, p. 15.
[39] Idem. 
[40] Ibd.
[41] Ibd.
[42] Diário do Sapucaí, 02/04/2004, nº68, p. 03.
[43] Jornal do Estado, 24/09/2004, ano 18, nº 962, p.4.
[44] Idem.
[45]Transmitido de geração para geração e constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função de seu ambiente, de sua interação com a natureza e de sua história, gerando um sentimento de identidade e continuidade, contribuindo assim para promover o respeito à diversidade cultural e à criatividade humana. In: MELLO, Rogério Stokler de. Dossiê de tombamento do Mercado Municipal de Pouso Alegre. Belo Horizonte: MGTM Ltda, 2011, p.73.