Luis
Claudio de Assis Motta
Delimitação do problema: Populismo: O “Pai dos pobres” e os
direitos trabalhistas
Problematização: O uso da imagem de Getúlio Vargas como
ferramenta política para manutenção do poder.
Objetivos específicos:
1)
Reconhecimento do contexto histórico em que se desenvolve o varguismo.
2) Reflexões
sobre o uso da imagem de Vargas como propaganda política.
3) Compreender situação da sociedade
durante o período de opressão do Estado Novo
4) Análise
do uso das imagens e estratégias propagandistas de Getúlio Vargas nas campanhas
políticas contemporâneas.
5) Reflexões
sobre as imagens 1, 2 e 3 no sentido de que os alunos possam entender o poder
da imagem na construção de um mito político.
Metodologia
Exponha as imagens 1 e 2 para os alunos e peça que observem algumas
situações:
- O que as imagens representam?
- Qual é o poder de uma manifestação como essa?
- Em que momentos são feitas manifestações, como a representada nas imagens?
- Quais as vantagens e desvantagens desses movimentos?
- Considerando a época retratada em cada imagem, é possível entender o valor que esse tipo de manifestação possui?
1)
Inicie a aula falando da realidade brasileira, mais próxima para os alunos. Em
seguida, lance uma questão problematizadora. Pergunte aos alunos: Quais
estratégias vocês usariam para conseguir um aumento salarial ou qualquer outro
direito, se trabalhassem na mesma fábrica e se sentissem injustiçados?
Registre
as ideias dos alunos no quadro e comece a traçar semelhanças e diferenças entre
suas respostas e o período do “varguismo". Por meio desse trabalho, os
alunos conhecerão as ações dos sujeitos históricos envolvidos.
2)
Demonstre com estatísticas ou com exemplos de movimentos grevistas como os
trabalhadores desenvolviam seus embates e formas de resistência.
3)
Faça uma exposição sobre o processo de "concessão" dos direitos
trabalhistas e de toda a construção da imagem de Getúlio Vargas como "Pai
dos Pobres". Trabalhe com as propagandas veiculadas sobre a imagem desse
governante e problematize com a turma se alguns políticos usam métodos
parecidos na atualidade, usando inclusive o nome de Getúlio como referência.
4)
Demonstre aos alunos como o governo agia para controlar o sindicalismo ou
qualquer luta política e apresente as maneiras usadas pelo operariado para
conquistar seus objetivos.
Imagem 1:
Getúlio o pai dos pobres
Disponível em:
http://www.google.com.br/search? Acessado em
10/11/12
Ao
analisar a imagem 1 os alunos deverão
perceber que Vargas queria
demonstrar sua aproximação com o povo no sentido que que este povo acreditasse
que seu governo era benéfico, estava realmente preocupado com o pobre e dessa
forma não questionasse a opressão e
falta de liberdades do período.
Imagem 2: Vargas no livro
didático".
Disponível em:
http://www.google.com.br/search? Acessado em
10/11/12
Através
da analise da imagem 2 os alunos deverão refletir como Vargas usou o livro
didático para formar a opinião dos futuros agentes sócias, das futuras gerações
de trabalhadores, tornando-os simpáticos ao seu discurso nacionalista para que
não questionassem futuramente suas decisões políticas e despóticas.
Imagem 3 –
Morre Getúlio
Disponível em:
http://www.google.com.br/search? Acessado em
10/11/12
Para encerrar a aula demonstre como até na morte Getúlio
Vargas usou sua imagem para comover a população e reverter sua situação
política de corrupto e mandante de assassinato para mártir político,
trabalhista e social do Brasil
Considerações
finais
Getúlio foi investiu na imagem como ferramenta propagandista
para manutenção do poder. Marcando seu estilo populista através da concessão de
alguns benefícios aos trabalhadores urbanos com objetivo de obter apoio da
população ele passa a ser chamado de “pai dos pobres” sendo rotineiramente
fotografado junto a massa mais humilde da população brasileira como pode ser
visto na imagem 1. No entanto a outra face do governo Getúlio Vargas raramente
aparece, principalmente na imprensa ou no livro didático, seu caráter
autoritário, que limitava seriamente a participação dos brasileiros no processo
político, impunha a censura, restringia a liberdade controlando severamente os
sindicatos e reprimia com dureza os opositores geralmente fica de fora do
contexto histórico desse período da história brasileira.
A imagem 2 exemplifica a rotina propagandista de Getúlio no
sentido de construir uma mentalidade que favorecesse sua manutenção no poder
através de discursos nacionalistas apresentados aos futuros agentes sociais que
ainda nos bancos escolares se acostumariam a pensar de acordo com a vontade do
ditador e dessa forma não questionariam seus desmandos.
A imagem 3 demonstra que mesmo com sua morte Vargas não
encerra sua vida politica.
No dia 5 de agosto de 1954, Carlos
Lacerda, jornalista que fazia forte oposição a Vargas, sofreu um atentado no
qual morreu seu guarda costas. Esse atentado foi arquitetado pelo chefe da
guarda pessoal de Getúlio, que contratou dois pistoleiros para assassinar
Lacerda. Acusado de mandante do crime, Vargas foi pressionado pela oposição,
principalmente pelas forças armadas e acaba se suicidando com um tiro no
coração na madrugada de 24 de agosto de 1954.
Vargas deixa uma Carta Testamento na
qual se diz perseguido por forças contrárias ao povo que lhe atribuíam a culpa
por todas as mazelas vividas pela população durante sua última passagem como
governante do Brasil. Com essa última manobra Vargas consegue mesmo após sua
morte vencer seus opositores que acabaram desprestigiados e responsabilizados
pela opinião pública pelo triste fim de Getúlio. A população tomou as ruas
durante seu enterro e atribuiu a Lacerda e demais opositores do presidente a
culpa pela situação economia e social precária existente no Brasil que antes
era atribuída a má gestão do Governo de Vargas. “Mais uma vez, as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se
novamente e se desencadeiam sobre mim.
Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam e não me
dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação,
para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e
principalmente os humildes. Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios
de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais,
fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e
restaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao governo
nos braços do povo.
A campanha dos grupos internacionais aliou-se às dos grupos
nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros
extraordinários foi detida no Congresso. Contra a Justiça da revisão do salário
mínimo desencadearam os ódios. Quis criar liberdade nacional na potencialização
de nossas riquezas (...). Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora,
resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio,
tudo esquecendo, renunciando a mim mesmo, para defender o povo que agora se
queda desamparado. Nada mais vos posso dar a não ser meu sangue.”(GETULIO VARGAS, 1954)
Com estas palavras Vargas assegura seu
lugar de mito político brasileiro e desarticula toda oposição e mácula que
pudesse recair sobre seu nome, dessa forma o ditador, o homem público que
subornava, torturava, oprimia e combatia a oposição a tiros, transforma-se no
defensor dos operários, no responsável por implementar as leis trabalhistas, no
eterno “pai dos pobres”.
Cabe ressaltar que o modelo
propagandista de Vargas, que usou intensivamente sua imagem paternalista e o
maior veículo de comunicação de massa da época é seguido até hoje pelos
políticos contemporâneos para atrair e conquistar a opinião publica, a
diferença maior entre o velho Vargas e os novos é a o acréscimo da propaganda
na televisão as difundidas através do rádio, o que acrescenta um maior apelo
imagético as suas campanhas.
* Trabalho da disciplina Prática de Ensino em HVI sob a orientação da professora Ana Eugênia Nunes de Andrade.
* Trabalho da disciplina Prática de Ensino em HVI sob a orientação da professora Ana Eugênia Nunes de Andrade.