quarta-feira, 23 de maio de 2012

Egresso e professora do curso de História da Univás recebem Prêmio Nacional de Pesquisa

Varlei Rodrigo e a ministra de Políticas para Mulheres, Eleonora Menicucci 





Isso é fazer História na Univás!

O egresso do curso de História da Universidade do Vale do Sapucaí (Univás), Varlei Rodrigo Couto e sua professora orientadora, Elizabete Maria Espíndola, foram premiados na categoria graduado, do 7º Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero, pelos trabalhos produzidos em redações, artigos científicos e iniciativas sobre relações de gênero, mulheres e feminismos. O evento aconteceu no auditório da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, em Brasília (DF), no dia 17 de maio. O trabalho apresentado pelo ex-acadêmico da Univás foi "A cidade e as mariposas: A formação do imaginário social em torno da prostituição feminina em Pouso Alegre - MG (1969-1989)".

Varlei Rodrigo, natural de Borda da Mata (MG), recebeu uma bolsa de auxilio financeiro para o mestrado do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (CNPq), do Ministério da Educação (MEC) para financiar sua pesquisa, além de uma publicação do artigo no livro editado pelo evento. "Importante ressaltarmos que a Univás foi a única Universidade particular agraciada pelo prêmio desta categoria no Brasil e o egresso Varlei fez uso da tribuna para o discurso em nome de todos premiados", comenta a coordenadora do curso de História da Univás, professora Andrea Silva Domingues.

A sétima edição do concurso recebeu 3.965 inscrições, sendo 203 de estudantes de graduação; 218 de graduadas e graduados, especialistas e estudantes de mestrado; 122 de mestres e estudantes de doutorado; 3.376 de estudantes do ensino médio, e 46 de escolas promotoras da igualdade de gênero. A cerimônia foi conduzida pela ministra Eleonora Menicucci, da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, e demais representantes das instituições realizadoras do concurso: do CNPq/MCTI; do MEC e da Organização das Nações Unidas (ONU).

De acordo com a coordenadora do curso de História da Univás, professora Andrea Domingues, esta premiação é de grande relevância para as pesquisas e para a história do sul de Minas Gerais. "Fazer História na Univás é ter a oportunidade de avançar nas diferentes áreas do saber e da profissão. É contribuir com a sociedade e com a história de nosso país. Parabenizamos esta grande conquista do nosso egresso Varlei Rodrigo e da professora Elizabete Espíndola", disse.

Em Brasília, o egresso do curso de História da Univás, Varlei Rodrigo representou os premiados na tribuna. Abaixo o discurso na íntegra.

"Nós, premiados e premiadas nas categorias de Ensino Superior, agradecemos imensamente às instituições organizadoras do Prêmio 'Construindo a Igualdade de Gênero' pela iniciativa e incentivo aos/às pesquisadores/as em Gênero.

Reconhecemos que este prêmio é de extrema importância para o nosso campo de pesquisa, mas é apenas uma pequena parte das políticas públicas para mulheres que devem ser efetivadas. Precisamos exigir que nossas pesquisas não fiquem apenas no ambiente acadêmico e que se revertam em práticas para uma verdadeira construção de igualdade de gênero.

Receber um prêmio como este é importante e um marco em nossas vidas pessoais e profissionais. Porém, é importante frisar que se precisamos que um prêmio como este exista, um prêmio que incentiva a reflexão sobre a construção da igualdade de gênero, é porque em nossa sociedade ainda não existe plenamente essa igualdade. Devemos ressaltar a presença da mulher no espaço público, masculino, tendo o seu máximo em nosso país com a eleição da presidente Dilma.

No entanto, isso não significa que agora temos uma sociedade plenamente de direitos iguais entre os gêneros. Não, nossa sociedade é extremamente machista ainda, e o machismo é um mal que destrói não só as mulheres, mas também os homens, os quais hoje estão em crise e precisam também de políticas públicas específicas. Temos importantes medidas, como por exemplo, a política nacional de atenção integral à saúde do homem, mas ainda temos um longo caminho a percorrer e o empenho e dedicação de cada um de nós, como pesquisadores e cidadãos deve ser diário.

A violência doméstica ainda é um grave problema em nosso país, onde de acordo com uma pesquisa feita pela Sociedade de Vitimologia Internacional, chega a 25% o número de mulheres no país que sofrem violência e 70% das mulheres assassinadas vítimas dos próprios maridos, companheiros, ou algum homem com quem tiveram um relacionamento. A lei Maria da Penha é um passo muito importante, mas devemos fiscalizar sua devida aplicação e nesse sentido gostaríamos de ressaltar a importância da CPI que investiga a violência contra mulher.

Queremos ressaltar, ainda, que hoje, 17 de maio, é uma data muito importante para nós. É o dia Internacional de combate a Homofobia, Lesbofobia, Transfobia. Com isso, destacamos que nossas ações como pesquisadores/as não se restringem às mulheres e tentamos dar amplitude às complexas questões de gênero. Nossas ações visam, sobretudo, o combate a quaisquer desigualdades entre os gêneros.

Visam, sem dúvidas, dar visibilidade à esta temática e dizer que os estudos de gênero não é algo menor. Uma inverdade que as edições desse prêmio têm combatido, culminando com uma premiação como esta, com toda a reverência que merece para se impor no meio da Ciência com a importância e o respeito que deve ser.

Finalizamos com uma linda frase de Simone de Beauvoir que nos toca profundamente: "Que nada nos defina. Que nada nos sujeite. Que a liberdade seja a nossa própria substância".

O discurso do egresso da Univás também pode ser acompanhado pela rede mundial de computadores, pelo Youtube :http://www.youtube.com/watch?v=VxNq3MllDHo&feature=relmfu

Por Lucas Silveira
Ascom/Fuvs